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"Um dia triste". Da Esquerda à Direita, chora-se a morte de Jorge Coelho

Nas últimas horas, as homenagens ao antigo ministro e dirigente socialista surgem de todos os quadrantes políticos. Desde "único, divertido, bom conversador" a "um dos dirigentes que mais influenciou o seu ciclo político", os elogios são muitos.

"Um dia triste". Da Esquerda à Direita, chora-se a morte de Jorge Coelho
Notícias ao Minuto

09:30 - 08/04/21 por Tomásia Sousa

Política Óbito

As reações à morte do antigo ministro e dirigente socialista Jorge Coelho, que ontem morreu na sequência de um ataque cardíaco fulminante, na Figueira da Foz, chegam de todos os quadrantes políticos.

Recorde-se que, ainda na quarta-feira, o Presidente da República apresentou "as mais sinceras condolências" à família.

Numa nota no site da Presidência da República sobre "o dramático falecimento de Jorge Coelho", Marcelo Rebelo de Sousa destacou que "desaparece uma das mais destacadas personalidades da vida pública portuguesa nas décadas de 70, 80 e 90, em que foi governante, parlamentar, Conselheiro de Estado, dirigente partidário, analista político e gestor empresarial".

Também ontem, emocionado, o primeiro-ministro lamentou a morte inesperada de Jorge Coelho, afirmando que este foi "sempre" um fator de unidade no PS e que poucos como ele exprimiram "tão bem a alma" dos socialistas.

Entretanto, a presidente do Grupo Parlamentar do Partido Socialista, Ana Catarina Mendes, usou as redes sociais para expressar a "profunda tristeza" com que recebeu a notícia do "desaparecimento de um grande amigo e camarada". 

Já Edite Estrela, conta estar em "estado de choque" com a notícia.

A vice-presidente da Assembleia da República e deputada do PS descreve Jorge Coelho como "único, divertido, bom conversador", que "cultivava a amizade e a tertúlia".

"No PS, partilhámos bons e maus momentos, vitórias e derrotas", escreve.

JORGE COELHO Em estado de choque com a inesperada e triste notícia da morte de Jorge Coelho. Mais um grande amigo que...

Publicado por Edite Estrela em Quarta-feira, 7 de abril de 2021

Também o secretário-geral da Juventude Socialista usou as redes sociais para anunciar que "os socialistas estão de luto". Miguel Costa Matos defende que o partido perdeu "um melhores", referindo-se a Jorge Coelho como um "Político, assim de “P” grande". 

Até sempre, camarada Jorge Coelho. Perdemos um dos nossos melhores. , Um Político, assim de “P” grande. Homem de fibra...

Publicado por Miguel Costa Matos em Quarta-feira, 7 de abril de 2021

Vários deputados do partido foram deixando, no Facebook, mensagens de homenagem ao ex-dirigente socialista.

Filipe Neto Brandão diz que a notícia entristece muito "todos quantos tiveram o privilégio" de privar com Jorge Coelho e o deputado Tiago Barbosa Ribeiro fala numa notícia "inesperada e brutal".

O deputado socialista recorda que o antigo ministro era "acarinhado por todos" e tinha "um enorme sentido de verticalidade e de ética republicana, bem patente na sua demissão do Governo de António Guterres".

Tiago Barbosa Ribeiro defende mesmo que muitas das vitórias do PS "têm de ser creditadas ao seu esforço, dedicação e empenho". 

A notícia é inesperada e brutal. Partiu um grande socialista, acarinhado por todos, com um enorme sentido de...

Publicado por Tiago Barbosa Ribeiro em Quarta-feira, 7 de abril de 2021

Também o deputado socialista Porfírio Silva refere-se ao colega como "a prova viva de que o PS é um partido do povo, onde as pessoas podem agir e destacar-se apenas pela vontade e pela capacidade de fazer alguma coisa pela comunidade". O deputado do PS termina escrevendo que "é um dia triste".

Morreu Jorge Coelho. Pode sempre gostar-se mais ou menos de um camarada, ter tido mais ou menos concordâncias com este...

Publicado por Porfírio Silva em Quarta-feira, 7 de abril de 2021

Ainda da bancada do PS, Isabel Moreira escreveu apenas não ter palavras para a partida do socialista.

Já António Galamba, deputado pelo PS em cinco legislaturas, não poupou nas palavras e conta que, ainda no domingo, tinha trocado mensagens com Jorge Coelho.

António Galamba fala em 20 anos de "partilha, compromisso e amizade", descreve o percurso do socialista, que classifica como "um inspirador, nas palavras, nas ações, na energia e no sentido de nunca se achar superior aos outros, porque todos contavam".

Inexplicavelmente, só resta vazio e memória. Trocámos mensagens no domingo. Agradeceu-me as palavras de homenagem ao...

Publicado por António Galamba em Quarta-feira, 7 de abril de 2021

O antigo líder do Bloco de Esquerda Francisco Louçã reconhece que não concordou com a opção profissional de Jorge Coelho depois de se ter demitido de ministro do Equipamento, após a queda da ponte de Entre-os-Rios, mas caracteriza-o como um homem "combativo", que "ficou famoso pela sua exuberância verbal, mas era também divertido e foi respeitado em todas as bancadas parlamentares do seu tempo"

"Morreu hoje um dos dirigentes que mais influenciou o seu ciclo político. Poucos tiveram esse impacto", escreveu Louçã.

Jorge Coelho (1955-2021) A morte de Jorge Coelho surpreendeu-nos hoje. Foi dirigente do PS e governante em três pastas...

Publicado por Francisco Louçã em Quarta-feira, 7 de abril de 2021

À direita, Rui Rio também lamentou o "súbito desaparecimento de Jorge Coelho", que descreveu como uma "pessoa afável e de excelente trato".

O líder do PSD escreve ainda que tinha uma agradável relação pessoal com o antigo ministro.

O presidente do CDS-PP também reagiu ontem à morte do socialista. Numa nota enviada aos jornalistas, lamentou a "triste notícia", destacando que o "braço direito" de António Guterres no PS "foi um político de grande relevo na vida do país".

Hoje, as bandeiras do PS estão a meia haste na sede nacional, em Lisboa, nas federações distritais e concelhias com estandarte por decisão da direção do partido.

Jorge Coelho, de 66 anos, era natural de Mangualde, no distrito de Viseu. A partir de 1992, com António Guterres na liderança, Jorge Coelho foi secretário nacional para a organização, contribuindo para a vitória eleitoral dos socialistas nas legislativas de 1995. 

Nos governos do PS chefiados por Guterres, foi ministro Adjunto, da Administração Interna, da Presidência e do Equipamento Social.

Quando a Ponte Hintze Ribeiro, sobre o rio Douro, colapsou na noite de 4 de março de 2001, provocando a morte de 59 pessoas, Jorge Coelho, então ministro do Equipamento, demitiu-se de imediato, afirmando que "a culpa não pode morrer solteira".

Leia Também: Jorge Coelho: Municípios destacam homem solidário e alma do PS

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