PSD e CDS da Madeira criticam falta de solidariedade do Estado
O PSD e o CDS da Madeira criticaram hoje a "falta de solidariedade" do Estado para com a região no âmbito da covid-19, durante um debate no parlamento regional sobre o balanço de um ano de pandemia.
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Política Covid-19
O líder parlamentar do CDS, António Lopes da Fonseca, afirmou que no último ano, marcado por dificuldades económicas e sociais, "a solidariedade nacional foi rara e inexistente" para com a Madeira.
O deputado centrista referiu que o Governo da República, socialista, não respondeu ao pedido da Madeira para a antecipação de verbas a que a região terá direito no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para fazer face a esta situação e aos problemas provocados pelas intempéries de dezembro, "continuando a escudar-se em prerrogativas legislativas".
Lopes da Fonseca sublinhou "que nem o facto de a Madeira ter uma despesa associada à pandemia" na ordem dos 500 milhões de euros sensibilizou a República, destacando os esforços do Governo Regional, de coligação PSD/CDS-PP, para "minimizar os efeitos da pandemia" no arquipélago.
No seu entender, "o ano que decorre será porventura pior que o de 2020", sendo impossível "avaliar o quanto podem ser devastadores os seus efeitos", com o fim das moratórias e a situação do 'lay-off'.
Também o líder da bancada da maioria do PSD, Jaime Filipe Ramos, declarou que "o Estado falhou para com as regiões autónomas", complementando que "a resposta do Governo Regional não é suficiente", mas tem havido "disponibilidade" para apoiar as pessoas e empresas afetadas.
Por seu turno, o líder parlamentar do PS, o maior partido da oposição [ocupa 19 dos 47 lugares na ALM], Miguel Iglésias, e o deputado Paulo Cafôfo, entre outros deputados da bancada socialista, censuraram a "falta de transparência" e "discrepância" na divulgação do número de casos na Madeira pela Direção-Geral da Saúde e pela Direção Regional da Saúde.
"Exige-se rigor e demonstrar a fiabilidade dos dados", sustentou Miguel Iglésias, defendendo ser necessário saber "as razões destas discrepâncias", porque é uma situação que "afeta a credibilidade da região e do país".
O socialista defendeu ser necessário "por cobro à guerra dos dados", apontando que "houve uma falha grave por parte da autoridade de saúde regional no reporte dos números" e que "está provado que a discrepância dos números é culpa da região".
Miguel Iglésias anunciou que o PS apresentou um pedido de audição parlamentar urgente ao secretário regional da Saúde e Proteção Civil, Pedro Ramos, para esclarecer esta situação.
O grupo parlamentar socialista também entregou na ALM uma proposta de diploma que visa a criação de uma comissão de acompanhamento do PRR, garantindo que o partido "vai escrutinar todos os cêntimos investidos na Madeira", disse.
O deputado e líder regional do PS, Paulo Cafôfo, corroborou que, nesta matéria, "a transparência é algo que tem faltado e falhado", considerando que "a gestão da pandemia [pelo Governo da Madeira] tem sido feita com base no 'está tudo controlado' ou da 'luta contra a República'".
"O objetivo é controlar a pandemia e não saber quem a controla melhor", sublinhou Cafôfo.
Segundo os últimos dados divulgados, a Madeira registou 23 novos casos e mais 58 doentes recuperados, contando atualmente com 659 casos ativos.
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