"A Assembleia da República manifesta o seu mais profundo pesar por tão vil e funesta ocorrência, prestando sincerascondolências e solidariedade à família das vítimas, às autoridades italianas e às Nações Unidas", lê-se no voto de pesar, que foi proposto pela comissão parlamentar e que subirá agora a sessão plenária, disseram à Lusa os deputados Paulo Pisco, do PS, e Nuno Carvalho, do PSD.
Segundo Paulo Pisco, o assunto deve ir já à próxima sessão plenária.
O embaixador italiano em Kinshasa, foi morto a tiro, a 22 de fevereiro, bem como dois acompanhantes, num ataque armado a um comboio do Programa Alimentar Mundial (PAM), durante uma visita perto de Goma, no leste da República Democrática do Congo (RDCongo).
O Ministério do Interior congolês acusou os rebeldes hutus ruandeses de estarem por detrás do ataque, algo que estes negaram.
O Governo congolês lamentou "esta tragédia" e assegurou que "nenhum esforço será poupado para restaurar a segurança" nesta região "alvo de grupos armados nacionais e estrangeiros" apoiados por beneficiários "da exploração ilegal dos recursos naturais".
Pela sua parte, o secretário-geral da ONU, António Guterres, apelou à RD Congo para "investigar diligentemente" o ataque.
Também o Governo português condenou veementemente o ataque, pela voz do ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, que o qualificou como "um ataque cobarde".
O nordeste da RDCongo está mergulhado há anos num longo conflito alimentado por dezenas de grupos rebeldes armados, nacionais e estrangeiros, apesar da presença do exército congolês e das forças de MONUSCO, que destacaram mais de 15.000 soldados para o país.
Quanto ao voto de pesar pelas mortes que ocorreram na manifestação na vila de Cafunfo, na província de Lunda-Norte, em Angola, proposto pelo CDS-PP, que também estava agendadado para votação hoje na comissão parlamentar de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, voltou a ser adiado, pela segunda vez, desta feita por ausência de deputados do CDS na reunião.
Neste caso, está em causa um confronto entre a polícia e manifestantes, por uma alegada tentativa de invasão de uma esquadra policial, que as autoridades angolanas classificaram como rebelião armada, que culminou com seis mortos, cinco feridos e 16 detidos, segundo dados oficiais, que são contrariados pelo Movimento do Protetorado Português Lunda Tchokwe (MPPLT), promotores da manifestação, que falam em pelo menos 25 mortes.
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