Marcelo não comenta proposta do Governo de nomear Centeno para o BdP
O Presidente da República escusou-se esta quinta-feira a comentar a proposta do Governo para nomear o ex-ministro das Finanças Mário Centeno para o cargo de governador do Banco de Portugal, alegando que o soube através da comunicação social.
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Política Presidente da República
As declarações de Marcelo Rebelo de Sousa ocorreram no final da distribuição de refeições e contacto com sem-abrigo apoiados pelos voluntários da organização 'Coração na Rua', com que esta quinta-feira concluiu o primeiro de dois dias no Porto.
"Não comento. Vi-a [a informação] nas notícias, portanto não vou comentar. Agradeço muito à comunicação social o ter transmitido, mas não vou comentar (...) aquilo que soube através da comunicação social", limitou-se a afirmar o chefe de Estado quando confrontado com a proposta do Governo, liderado pelo socialista António Costa.
O primeiro-ministro escreveu esta quinta-feira ao presidente da Assembleia da República a comunicar a proposta do Governo para nomear o ex-ministro das Finanças Mário Centeno para o cargo de governador do Banco de Portugal.
"É intenção do Governo, na sequência de proposta do senhor ministro de Estado e das Finanças [João Leão], designar o professor doutor Mário Centeno para o cargo de governador do Banco de Portugal", lê-se na missiva enviada por António Costa a Ferro Rodrigues.
Na mesma carta, à qual a agência Lusa teve acesso, o primeiro-ministro pede depois que "seja requerida a audição do indigitado na comissão parlamentar competente, nos termos do disposto na lei orgânica do Banco de Portugal".
Esta quinta-feira, no final do Conselho de Ministros, António Costa afirmou que já transmitira aos partidos com representação parlamentar a intenção do Governo em relação à sucessão de Carlos Costa no cargo de governador do Banco de Portugal.
"Já tive a oportunidade de ter um contacto telefónico diretamente entre mim e o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares [Duarte Cordeiro]. Já falámos com todos os partidos para os ouvir sobre a matéria. Transmitimos qual a nossa intenção", referiu o primeiro-ministro.
Em 9 de junho, o Presidente da República aceitou a exoneração de Mário Centeno como ministro de Estado e das Finanças, proposta pelo primeiro-ministro, e a sua substituição por João Leão.
Dois dias depois, Mário Centeno remeteu para o Governo a decisão sobre quem será o próximo governador do Banco de Portugal, mas admitiu que é um cargo que qualquer economista gostaria de desempenhar.
Em entrevista à RTP, Mário Centeno admitiu ter falado desse assunto com o primeiro-ministro, mas salientou que a escolha do sucessor de Carlos Costa "é uma competência do Governo", lembrando apenas que é funcionário do Banco de Portugal (BdP).
Em 15 de junho, o primeiro-ministro afirmou que Mário Centeno é uma hipótese para desempenhar as funções de governador do Banco de Portugal, dizendo que tem todas as competências pessoais e profissionais para o exercício desse cargo.
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