Catarina Martins frisa "dia histórico". Mas é "apenas o primeiro passo"

A líder do Bloco de Esquerda não escondeu a felicidade em ver a despenalização da Eutanásia aprovada, mas salientou que há ainda um longo caminho pela frente.

"Este Orçamento é melhor porque trabalhámos em conjunto"

© Global Imagens

Silvia Abreu
20/02/2020 20:37 ‧ 20/02/2020 por Silvia Abreu

Política

Eutanásia

Visivelmente feliz com a votação a favor da despenalização da Eutanásia no Parlamento, esta quinta-feira, a coordenadora do Bloco de Esquerda destacou que este é "apenas o primeiro passo". 

"Nós hoje fizemos o primeiro passo, que foi abrir o processo legislativo. Vamos passar à especialidade, e agora teremos de fazer a melhor lei que formos capazes de fazer, que tenha todas as garantias que a sociedade exige, e a liberdade que a democracia exige também", salientou aos jornalistas, momentos após a votação. 

"Uma lei cuidada, moderna e com todas as garantias que deve ter numa matéria tão sensível como esta. É para isso que o BE trabalhará", garantiu. 

É com esse trabalho "minucioso" que o país pode ter "uma lei forte, que represente toda a gente e que respeite as crenças de todas as pessoas", rematou Catarina Martins. 

Quanto a um possível referendo, a coordenadora do BE referiu que "não há nenhuma proposta desse ponto de vista", desvalorizando "as vozes que surgiram numa fase final do debate".

Debate dura "há mais de duas décadas"

Catarina Martins referiu que mais do que "uma bandeira do Bloco de Esquerda", este é um debate que dura "há mais de duas décadas" e recordou o movimento da Sociedade Civil.

"Houve nos últimos anos o movimento que envolveu médicos, enfermeiros, doentes e famílias que sentem isto. Toda esta gente se juntou para dar um passo tão essencial como permitir que alguém que está num sofrimento sem fim à vista, possa pedir ajuda a um médico e que esse médico possa ajudar sem ter pena de prisão", lembrou. 

Catarina Martins destacou também a enorme "seriedade e serenidade" com que o debate correu, elogiando todos os deputados, que " independentemente da opinião", fizeram o debate "com elevação".  "É um dia histórico, um grande dia para a democracia", sublinha. 

Sobre um possível veto de Marcelo Rebelo de Sousa, Catarina Martins reforçou: "Como digo é só um passo, ainda não temos uma lei. O que sabemos é que há uma decisão no parlamento, a decisão de respeitar o fim de vida de cada um e de regulamentar uma área que, até hoje, não estava regulamentada."

Se uma proposta de referendo chegar ao Parlamento, o Bloco de Esquerda "vota contra". "Sempre consideramos que liberdades e direitos individuais não devem ser referendados", salientou. 

Catarina Martins não deixou de recordar João Semedo. "Há dois anos, quando a lei não passou, o João Semedo dizia-me que estávamos mais perto, estávamos a fazer debate e que lá chegaríamos. E tinha toda a razão", assinalou. 

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