Dando continuidade a uma linha de raciocínio que há muito vem a defender, o antigo chefe de Estado, Mário Soares, reitera, no artigo de opinião que assina hoje no Diário de Notícias, que, “ao contrário do que diz a propaganda do Governo, Portugal está paralisado, sem rumo, sem ética e é cada vez mais um protectorado da troika”.
E o histórico socialista vai mais longe ao afirmar que o País “está a caminhar para uma espécie de ditadura”, considerando que a subserviência do Executivo face aos credores internacionais, conduzirá a população “à miséria, ao desemprego, ao suicídio, à criminalidade e à emigração”.
Posto isto, justifica Soares, “quando digo que este Governo está moribundo (…) entenda-se que não o faço por razões político-ideológicas ou político-sociais. É tão-só para evitar, enquanto é tempo, a violência que vem aí”.
É neste sentido que “falo alto e bom som e digo a verdade aos portugueses”, explica Soares, deixando o recado: “Demitam-se, pois, enquanto é tempo: Presidente e Governo. Antes que lhes aconteça o pior”.
Dirigindo-se em particular a Cavaco Silva, o antigo Presidente da República insiste: “Faça o que deve, demita-se enquanto pode ir para casa sossegado. Só lhe faltam dois anos. Não arrisque deixar desencadear a violência. É o pior que nos pode acontecer”.