Carlos Carreiras referiu que Rui Rio estará hoje na cerimónia de apresentação dos candidatos do PSD do círculo eleitoral de Lisboa, que vai ocorrer ao final da tarde, em Cascais, e embora essa informação não conste da agenda oficial do presidente social-democrata, o secretário-geral do partido admite que possa estar presente "informalmente".

"Pelo que me foi possível ver no debate com António Costa, ficou claro que a opção passa pelo PSD e não pelo PS", disse o ex-vice-presidente do PSD durante a direção de Pedro Passos Coelho.

"Valorizo bastante o debate que ontem [segunda-feira] houve entre Rui Rio e António Costa e penso que Rui Rio demonstrou bem as diferenças de uma opção e de outra", disse.

E prosseguiu: "Falamos muitas vezes das contas públicas e do défice público, mas o que estamos a herdar é um défice brutal de desinvestimentos, em que a carga fiscal nunca esteve tão elevada como está hoje e, acima de tudo, temos a perceção que o que foi a solução socialista, nomeadamente no tempo do engenheiro Sócrates, que foi duplicar a dívida nacional, essa margem hoje já não existe".

"A haver um problema que se coloque ao país o país está com menos ferramentas para poder reagir, o que quer dizer que o sofrimento dos portugueses voltará a acontecer e com uma intensidade muito superior, o que não é justo", referiu.

O autarca considera que o PSD deve focar-se nos "indecisos e nos que acham que não devem ir votar".

"A mensagem deve ser muito direcionada para alertar para os perigos de estarmos no dia 07 com uma super maioria de esquerda, com implicações na nossa vida fortes".

E avançou: "Já não estamos a votar para uma legislatura de quatro anos, mas para um atraso do país de 50 anos".

Carlos Carreiras, ex-vice-presidente do PSD no tempo de Pedro Passos Coelho, foi o coordenador autárquico nas últimas eleições locais, na sequência das quais o anterior líder social-democrata anunciou que não se recandidataria à presidência do PSD.

O autarca apoiou Pedro Santana Lopes na corrida à liderança do PSD, ganha por Rui Rio.

Em agosto do ano passado, num artigo publicado no jornal i, criticou a atuação de Rui Rio, perguntando: "Onde anda o PSD, o seu líder e os seus vice-presidentes? Emigraram, já deitaram definitivamente a toalha ao tapete e apenas criticam e fazem oposição aos anteriores dirigentes do PSD?".

Apesar de constar no programa da cerimónia de apresentação dos candidatos do círculo eleitoral de Lisboa que se realiza hoje em Cascais, a presença de Rui Rio neste evento não consta da agenda do líder do PSD que hoje vai estar na zona Oeste.

Contudo, Carlos Carreiras disse que não tem nenhuma informação que contrarie a participação de Rio em Cascais.

"Somos o maior município liderado pelo PSD, embora em coligação com o CDS-PP, e é natural que o líder o partido venha ao local onde somos líderes a nível nacional, em termos de todos os outros municípios. É uma situação normal, embora tenha uma agenda carregada, como são as agendas nestas alturas, acho absolutamente normal querer vir cá e nós temos todo o gosto em que ele venha", disse.

À margem da apresentação do programa nacional de campanha do PSD, e questionado sobre a presença de Rui Rio nesta iniciativa, o secretário-geral José Silvano respondeu que, por princípio, o líder do partido não participa em apresentações de candidatos (exceto no Porto, círculo pelo qual concorre).

No entanto, acrescentou, se a agenda prevista para hoje terminar a tempo - o último ponto é às 18h30 no concelho de Torres Vedras -, Rio poderá ainda passar "informalmente" pelo evento marcado para as 19h00 no concelho de Cascais.

Leia Também: Rui Rio diz que "não é impossível" formar governo após as legislativas