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CDS defende que "não se pode enganar as pessoas" com kits inflamáveis

O deputado do CDS-PP Telmo Correia, considerou hoje, a propósito dos 'kits' com componentes inflamáveis, que a Proteção Civil "não pode enganar" os portugueses e pediu ao ministro da Administração Interna para "deixar de usar arrogância".

CDS defende que "não se pode enganar as pessoas" com kits inflamáveis
Notícias ao Minuto

17:41 - 26/07/19 por Lusa

Política Telmo Correia

"Não se pode enganar as pessoas", disse o centrista aos jornalistas, à margem de uma reunião com a direção da Polícia Judiciária, em Lisboa.

Na ótica do CDS-PP, para um "país que sofreu o que sofreu nos últimos anos" a "pior coisa que pode acontecer é ser o Governo um fator de alarmismo".

"E obviamente que as populações saberem que foram distribuídos kits, e que esses kits são inflamáveis, obviamente isto não tranquiliza ninguém, antes pelo contrário", advogou.

Telmo Correia salientou também que "venha a explicação que vier, o que é importante é que o Governo diga [que] foi um erro", que vai "retirar rapidamente" os kits e que os vai "substituir por equipamentos que tenham a tal proteção carbónica, o tal teste carbónico, e que sejam efetivamente eficazes".

O deputado do CDS-PP aproveitou ainda para aconselhar o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, a "deixar de usar a arrogância e a soberba" que também se tem "visto várias vezes no senhor primeiro-ministro, de quem fala sempre por cima do que quer que seja, e responder calma, tranquilamente e serenamente, procurando dar confiança".

"É isso que nós esperamos do Governo, e muito em particular de um ministro que tem a responsabilidade de Estado que tem o ministro da Administração Interna", vincou, considerando haver "um facto incontornável, é que se tem vindo a acumular episódios de uma extrema infelicidade e de uma extrema inabilidade, para não dizer irresponsabilidade por parte do atual ministro da Administração Interna".

"Nós vimos, num cenário dramático em Mação o senhor ministro a atacar um presidente de Câmara, e assistimos agora a um segundo episódio, com uma resposta igualmente infeliz da parte do senhor ministro", declarou Telmo Correia, notando que "a arrogância não é boa conselheira, a arrogância, a soberba que este Governo tantas vezes tem demonstrado -- e não é o primeiro ministro da Administração Interna a ir por esse caminho -- não é boa conselheira".

O centrista lembrava a troca de palavras dos últimos dias entre Cabrita e autarcas das áreas que arderam este ano.

Por isso, sustentou, "era bom que o senhor ministro tivesse alguma humildade, se dispusesse a não atacar presidentes de câmara, se dispusesse a não dar respostas erróneas quando confrontado com uma situação desse tipo e, bem pelo contrário, com humildade assumisse aquilo que é essencial".

O Jornal de Notícias escreve hoje que 70 mil golas antifumo fabricadas com material inflamável e sem tratamento anticarbonização, que custaram 125 mil euros, foram entregues pela proteção civil no âmbito do programa 'Aldeia Segura' e 'Pessoas Seguras'.

De acordo com o jornal, as golas antifumo, fabricadas em poliéster, "não têm a eficácia que deveriam ter: evitar inalações de fumos através de um efeito de filtro".

Entretanto, a Proteção Civil esclareceu que os materiais distribuídos no âmbito dos programas 'Aldeias Seguras' e 'Pessoas Seguras' não são de combate a incêndios nem de proteção individual, mas de sensibilização de boas práticas.

Questionado sobre o assunto, o ministro da Administração Interna disse hoje que é "irresponsável e alarmista" a notícia sobre as golas antifumo com material inflamável distribuídas no âmbito do programa "Aldeias Seguras". Eduardo Cabrita sublinhou a importância do trabalho que está em curso em mais de 1.600 aldeias do país e assegurou que a distribuição das golas antifumo não põe em causa nem o projeto nem a segurança das pessoas.

Apontando não querer "fazer nenhum tipo de especulação política", Telmo Correia lembrou que o grupo parlamentar endereçou ao Governo uma pergunta sobre este tema e apontou que este "acumular de matérias" justificaria "que o senhor ministro fosse ouvido".

"É evidente que eu acho que, num primeiro momento e logo que seja possível - e esperando que não haja situações mais dramáticas e esperando que o rescaldo seja efetuado - haja esclarecimentos completos da parte do Governo", rematou o centrista.

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