Líder do CDS rejeita acusação de Rui Rio de falta de sentido de Estado
A presidente do CDS-PP defendeu hoje que o partido não dá "a mão ao PS" e considerou que os centristas só poderiam ser acusados pelo PSD de falta de sentido de Estado se fizessem "uma oposição fraca" e "frouxa".
© Global Imagens
Política Cristas
"Sabemos onde estão os nossos adversários e combatemos o PS e as esquerdas unidas, esse combate faz-se sempre com propostas alternativas e construtivas", afirmou Assunção Cristas, numa reação às declarações do líder do PSD, Rui Rio, que hoje acusou o CDS-PP de "falta de sentido de Estado" ao propor que o salário dos juízes tenha como teto máximo o vencimento do Presidente da República.
Para a líder centrista, "o CDS mais uma vez liderou, ao apresentar uma proposta inovadora que coloca como teto o vencimento do senhor Presidente da República", e "isto é ter sentido de Estado".
Pelo contrário, acrescentou, o partido não estaria a tê-lo se fizesse "uma oposição fraca, uma oposição frouxa" ou se não fosse capaz, "em cada momento, de rejeitar aquilo" que lhe "parece mal".
"Do nosso lado, temos muitas vezes apontado o dedo ao Governo, rejeitado opções erradas da governação socialista e, portanto, não estamos aqui a 'dar a mão' ao PS, estamos aqui a afirmar uma alternativa e a liderar essa mesma alternativa, como se vê em muitos domínios e também nesse", argumentou a líder do CDS-PP, que falava aos jornalistas em Beja, durante uma visita à feira Ovibeja.
O presidente do PSD utilizou a sua conta no Twitter para comentar a proposta de alteração do CDS-PP ao Estatuto dos Magistrados Judiciais, feita na terça-feira no parlamento, para que o salário dos juízes tenha como teto o do Presidente, noticiada pelo Público e pelo Jornal de Negócios.
"Isto é falta de sentido de Estado. Não é prudente e, muito menos, sensato. É, também, injusto para muitas classes profissionais. Não é difícil ser fraco com os fortes e forte com os fracos. Não contem com o PSD. Estou convictamente contra!", lê-se no 'tweet' de Rui Rio, publicado hoje.
Questionada pelos jornalistas sobre o facto de o PSD rejeitar a proposta 'centrista', Assunção Cristas desdramatizou, mas "apontou o dedo" aos sociais-democratas.
"O PSD fará as suas leituras. O CDS é a favor de propostas construtivas, liderantes e, naturalmente, aqueles que nelas se reveem acompanham-nos, os que não se reveem não acompanham", disse.
A presidente do CDS-PP aproveitou para recordar "uniões em que o PSD" já "esteve envolvido com o PS, por exemplo em matéria de viagens de deputados ou na aprovação de um regime de descentralização que não tem 'ponta por onde se lhe pegue' e que não vai dar em nada de bom para o nosso país".
"Isso eu acho que são fotografias onde o CDS não está" e "não estará, porque estaremos sempre a liderar por uma alternativa que, na verdade, somos nós", frisou.
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