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Catarina Martins critica Centeno e "ortodoxia neoliberal" do PS

Num discurso proferido em Marselha, a líder bloquista criticou Mário Centeno pelas declarações do ministro das Finanças relativamente à Grécia e não deixou de considerar que acordo com o PS "é tímido demais" porque os socialistas continuam alinhados com a "ortodoxia neoliberal europeia".

Catarina Martins critica Centeno e "ortodoxia neoliberal" do PS
Notícias ao Minuto

17:34 - 26/08/18 por Pedro Bastos Reis

Política Bloco de Esquerda

A coordenadora do Bloco de Esquerda teceu críticas ao ministro das Finanças português e presidente do Eurogrupo, recuperando as declarações de Mário Centeno no início da semana quando, num vídeo publicado no Twitter, deu conta do fim do programa de resgate financeiro à Grécia.

No vídeo em questão, que gerou críticas à Esquerda e à Direita, incluindo vozes do próprio Partido Socialista (PS), Centeno disse que a Grécia “enfrenta agora uma nova realidade” e que “com [o] controlo, vem a responsabilidade”, não deixando de notar que “os gregos pagaram caro as más políticas do passado”.

Para Catarina Martins, que este domingo discursou em Marselha num evento promovido pela França Insubmissa de Jean-Luc Mélenchon, “temos de pensar no que isto quer dizer” para questionar a “normalidade europeia”.

“Na Grécia, a remuneração do trabalho - salários e pensões - sofreu cortes brutais e o desemprego e a precariedade são regra. Quase tudo foi privatizado e a dívida pública cresceu desmesuradamente para pagar os buracos da grande finança internacional. É esta a normalidade europeia?”, questionou a coordenadora do Bloco, segundo o discurso divulgado no site Esquerda.Net.

Segundo Catarina Martins, o pedido de “responsabilidade” à Grécia significa “duas coisas, igualmente graves”. “ Em primeiro lugar que a União Europeia continua a culpar os povos do sul pela crise do sistema financeiro internacional”, e, “em segundo lugar, que continuará a exigir à Grécia a política da destruição: liberalização, desregulação, cortes e pagamentos impossíveis de uma dívida ilegítima”.

Por isso, rematou a coordenadora do Bloco, é necessário “juntar forças contra a chantagem e em nome da esperança”.

As críticas a Mário Centeno não ficaram por aqui e Catarina Martins fez questão de, em Marselha, sublinhar que “o que se passa na Grécia tem para nós, em Portugal, particular significado”, recordando o período de intervenção da Troika no nosso país. Numa altura em que o presidente do Eurogrupo é português, Catarina Martins insinuou que Mário Centeno segue os ditames de Bruxelas.

“[Mário Centeno] parece recusar aprender com as lições da Grécia como com as de Portugal”, sentenciou.

Farpas ao Partido Socialista

A coordenadora bloquista aproveitou o palco em França para se congratular com a ‘Geringonça’ em Portugal, salientando que ao longo destes três anos, os partidos de Esquerda levaram a cabo “um caminho de reversão de algumas medidas da Troika”, mas que, apesar do fim dos cortes nos salários e pensões e do aumento do salário mínimo, por exemplo, “o caminho é tímido de mais”.

“Gostava de vos dizer que são tudo boas notícias. Não é assim. Provámos que ficamos melhor quando temos a coragem da insubmissão. Mas o caminho é tímido demais e as injustiças enormes”, atirou Catarina Martins.

A líder bloquista afirmou que é necessária “coragem para ir mais longe” e, nesse sentido, apontou o dedo ao PS por estar alinhado “com a ortodoxia neoliberal europeia”.

“Precisamos da coragem de ir mais longe. Mas o Partido Socialista em Portugal, como no resto da Europa, mantém-se alinhado com a ortodoxia neoliberal europeia e vai repetindo: a Europa não permite, os tratados europeus não permitem”, lamentou Catarina Martins.

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