Pedrógão: Marcelo quer que Governo assuma responsabilidades. Costa reage
Na sequência da divulgação do relatório da Comissão Técnica Independente, o Presidente da República e o Primeiro-Ministro reagiram.
© Reuters
País Incêndios
Marcelo Rebelo de Sousa discursou ontem em Pedrógão Grande sobre os resultados do relatório da comissão técnica entregue na quinta-feira, pedindo rapidez na avaliação de responsabilidades do Estado depois dos incêndios trágicos em Pedrógão.
“Portugal aguarda, com legítima expectativa, as consequências que o governo irá retirar de uma tragédia sem precedentes na nossa história democrática”, afirmou o chefe de Estado.
Marcelo intervinha na abertura de um encontro organizado pela Associação de Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande (AVIPG) e defendeu uma "rigorosa avaliação dos contornos jurídicos do sucedido".
O Presidente da República frisou que "Portugal tem o dever de proceder a tal avaliação - e de forma rápida - atendendo à dimensão excecional dos danos pessoais, a começar no maior e mais pungente deles, que é a perda de tantas vidas", pois para Marcelo "não há tempo a perder ou melhor, já perdemos todos tempo demais", disse.
António Costa reagiu posteriormente, em Coimbra, às declarações proferidas pelo Presidente, defendendo que Marcelo Rebelo de Sousa "reiterou aquilo que o Governo tem dito: de que é fundamental retirarmos agora todas as ilações que há a retirar do relatório da comissão técnica independente".
"A grande responsabilidade política que o Governo tem hoje é dar execução àquilo que são as recomendações desta comissão técnica independente", disse.
Sobre a possibilidade de demissão da ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, o primeiro-ministro diz que essa não é uma hipótese que esteja em cima da mesa. Recorde-se que a própria garantiu que não iria pedir "a demissão" na sexta-feira.
O relatório entregue na quinta-feira refere que apesar de o fogo de Pedrógão ter tido origem em descargas elétricas na rede de distribuição, um alerta precoce poderia ter evitado a maioria das 64 mortes registadas e que "não foram mobilizados totalmente os meios disponíveis" no combate inicial e houve falhas no comando dos bombeiros.
O documento aponta, ainda, falta de conhecimento técnico no sistema de defesa florestal e falta de preparação dos atuais sistemas de combate às chamas para as alterações climáticas, confirmando, por outro lado, as falhas de comunicação do Sistema Integrado das Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP).
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