A cidade de Domessin, em Savoie, está em silêncio desde o passado 1 de setembro, dia em que a polícia deteve um dos seus moradores e culpou-o formalmente pelo desaparecimento de Maëlys de Araújo.

O homem em causa trata-se de Nordahl Lelandais, um ex-militar de 34 anos, que se mudou para aquela cidade na companhia dos pais e do irmão há mais de 25 anos. 

O homem pertenceu à marinha e fez parte do batalhão cinotécnico do exército francês. Depois de se reformar da vida militar, saltou de emprego em emprego e esteve inscrito em empresas de trabalho temporário, segundo noticia o Le Parisien. Nos últimos meses estaria de baixa, devido a uma hérnia discal.

Vivia com os pais e segundo os vizinhos é um homem bastante discreto, visto várias vezes na companhia dos seus cães. Refere a imprensa francesa que é apaixonado por estes animais e pratica artes marciais.

O suspeito será já conhecido das autoridades por estar envolvido em tráfico de estupefacientes e, em 2009, foi mesmo condenado a um ano de prisão por ter incendiado um restaurante com um outro amigo. A mãe admite que este chegou a fumar drogas mas que jamais seria capaz de fazer mal a uma criança. Num primeiro momento, a imprensa francesa dava conta de que o suspeito constaria também na lista de agressores sexuais da Polícia Judiciária, informação essa não confirmada oficialmente.

Entretanto, o homem já foi sujeito a um novo interrogatório tendo respondido a todas as questões, mesmo que nem todas as suas respostas tenham convencido os investigadores. Nordahl Lelandais terá mantido a versão dos factos relativamente à presença da menina lusodescendente na sua viatura e de ter desaparecido durante alguns momentos do casamento em que ambos participavam apenas para ir a casa mudar de calções. Contudo, há um novo dado que pode colocá-lo em maus lençóis: desligou o telemóvel no preciso momento em que se ausentou da cerimónia.

O seu advogado refere que isso aconteceu apenas porque o telemóvel do seu cliente estava com problemas, mas que este teria outro aparelho móvel em sua posse.

Acrescente-se ainda o facto de o suspeito ter apresentado arranhões num braço e num joelho, que alegou terem sido feitos enquanto apanhava framboesas num jardim. A prórpia mãe, porém, afirma que o filho nunca se dedicou a este tipo de trabalho.

As buscas pela menina de 9 anos prosseguem hoje estando as autoridades a investigar os locais onde o homem normalmente passeia os cães.

Maëlys de Araújo desapareceu na madrugada do passado domingo, dia 27 de agosto, enquanto participava num casamento na localidade  de Isère com a sua família. Nordahl Lelandais foi o primeiro suspeito do caso mas dias depois acabou por ser libertado por se considerar que não havia provas suficientes para o manter sob custódia. Um dia após a sua libertação foram encontrados vestígios de ADN da menina no seu carro, um Audi A3, descoberta que o levou a ser novamente detido e a ser considerado, agora, o principal suspeito do desaparecimento. Foi formalmente acusado e está em prisão preventiva.