A Prótoiro critica Daniel Deusdado, diretor da RTP, por considerar que as declarações feitas na sua página pessoal do Facebook são “deontologicamente inaceitáveis”.
Isto porque, recorde-se, o responsável pela estação pública de televisão disse que a transmissão de touradas na RTP iria diminuir por “não ser uma boa prática do serviço público transmitir espetáculos com maus-tratos a animais”.
Em comunicado, a Federação Portuguesa de Tauromaquia acusa Daniel Deusdado de estar a “confundir a sua posição pessoal com a da instituição que atualmente representa, mas da qual não é detentor”.
Na ótica da Prótoiro, o diretor da RTP “está a utilizar o cargo que ocupa para cumprir uma agenda pessoal”, lembrando que a programação da estação pública de televisão “tem por missão promover a cidadania e a participação democrática e respeitar o pluralismo social e cultural, bem como difundir e promover a cultura portuguesa e os valores que exprimem a identidade nacional”.
Assim, a federação recorda que a “tauromaquia é uma das manifestações culturais mais identitárias da cultura portuguesa, tutelada pelo Ministério da Cultura, e classificada como ‘parte integrante do património da cultura popular portuguesa’ como o Decreto-Lei n.º 89/2014 de 11 de Junho estabelece”.
Face ao exposto, a Prótoiro deixa claro que “utilizar a direção de programas do canal público para impor um gosto pessoal à população portuguesa não é aceitável em democracia, pois o serviço público destina-se a todos os cidadãos na sua natural diversidade”, lembrando, “como reconhece Daniel Deusdado”, que “com as transmissões televisivas de corridas de touros as audiências sobem a média do canal”.
Estes dados são, para a federação, sinal de que a tauromaquia é uma “expressão cultural” à qual os “portugueses aderem massivamente”, frisando que “chegam a ser atingidos picos de audiência até aos 700 mil espetadores e em diversos segmentos horários as audiências da RTP lideram”.
Para rematar, a Prótoiro “solicita assim que, no futuro, o diretor de programas da RTP tenha uma atitude menos parcial e mais moderada e construtiva, à semelhança do que tem sido a prática dos defensores da cultura tauromáquica”.