"You and me baby ain't nothin' but mammals, so let's do it like they do on the Discovery Channel". Não, nada disso. Primeiro porque somos, precisamente, mamíferos e depois porque não há forma do comum cidadão fazer o que se faz no Discovery Channel. Pelo menos, a ter em conta a programação planeada para a edição deste ano da Shark Week.

De 23 a 30 de julho, o Discovery Channel Portugal traz aos ecrãs nacionais uma programação ‘tubarástica’, sempre depois das 21 horas. O mais esperado será, no entanto, a competição entre Michael Phelps e um tubarão branco.

O atleta olímpico mais premiado da história (28 medalhas) - detentor de tantos recordes olímpicos que se torna chato descrever - e provavelmente o melhor nadador humano de todos os tempos, Phelps, vai defrontar o animal mais temido e um dos mais rápidos dos oceanos, o tubarão-branco, para determinar quem é o mais rápido.

O programa foi gravado em duas partes. A primeira, ‘Escola de Tubarões’, será exibida a 23 de julho, às 21 horas, onde Phelps é filmado a fazer um curso intensivo de tubarões com os especialistas Doc Gruber e Tristan Guttridge. O confronto será transmitido no último dia da Shark Week, a 30 de julho. ‘Tubarão contra Phelps’ é um feito inédito.

Mas a semana dedicada aos tubarões não fica por aqui. Há várias estreias, documentários exclusivos e programas inéditos. Incluindo um documentário sobre a praia da Califórnia que sofreu ataques de tubarão-branco a cada dois anos (2008, 2010, 2012 e 2014). Os especialistas tentaram descobrir se se tratava do mesmo tubarão ou de uma coincidência (dia 24 de julho às 21h).

E os tubarões em Portugal? Há muitos mas não são perigosos

João Correia, biólogo marinho da Associação Portuguesa para o Estudo e Conservação de Elasmobrânquios e o maior especialista em tubarões e raias do país, esteve com o Notícias ao Minuto a bordo de um veleiro, onde falou sobre estes majestosos animais, explicando que Portugal tem mais de 40 espécies de tubarões diferentes nas suas águas.

“A ideia de que não há tubarões em Portugal é um mito, há muitos tubarões em Portugal”, explicou o também responsável da Flying Sharks. 

João Correia desmistifica o temor causado pelos tubarões nas pessoas, que sempre se conotou, maioritariamente, com falta de conhecimento, algo que foi mudando com o aumento de interesse em torno destes animais. “O tubarão já atingiu o estatuto de koala fofinho”, brincou, alertando, no entanto, que nunca se deve menorizar a sua natureza selvagem.

O biólogo explicou que não há conhecimento de um ataque efetivo de um tubarão a uma pessoa em Portugal, mesmo sendo às vezes relatados avistamentos.

Quando as temperaturas da água aumentam no verão, e assim crescem as algas trazendo consigo todos os organismos que se alimentam delas, os tubarões aproximam-se mais da costa, mas para se alimentarem destes organismos. Os especialistas sempre asseguraram que estes tubarões são inofensivos pois só se alimentam de pequenos peixes e plâncton.