Contumélias: Marcelo lamenta perda de "homem de letras polifacetado"

O Presidente da República recordou hoje o "homem de letras polifacetado" que foi o jornalista, escritor e autor de cancções Mário Contumélias, que morreu na quinta-feira aos 68 anos.

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Lusa
15/04/2017 12:54 ‧ 15/04/2017 por Lusa

País

Óbito

Numa nota de pesar publicada no portal na Internet da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa destaca as várias facetas de Mário Contumélias, como "escritor, poeta, académico, jornalista e formador de jornalistas", para considerar que "deixou marca em sucessivas gerações de aluno" e que se soube mover "com igual agilidade no mundo artístico e da comunicação social, onde foi de sindicalista a fundador".

Marcelo Rebelo de Sousa afirma ainda que Contumélias deixa "memórias que o país recorda com carinho" e termina a nota a enviar os "sentidos pêsames" à família.

Jornalista, poeta e escritor, Mário Contumélias também era investigador, sociólogo, pedagogo e autor de canções como "Largo do Coreto", que José Cid levou ao Festival da Canção em 1978.

Escreveu ainda a letra da canção "O Areias é um camelo", celebrizada por Suzy Paula.

Nascido em Setúbal, em 03 de junho de 1948, licenciou-se em Antropologia Social, pelo Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE/Instituto Universitário de Lisboa), e doutorou-se em Sociologia da Cultura e da Comunicação em 2009, quando apresentou, no ISCTE, a tese intitulada "Uma aldeia na cidade: Telheiras, o que é hoje e como se produz um bairro".

A carreira jornalística iniciou-a em O Século, onde fez parte da equipa que editou a revista Cinéfilo. De O Século transitou para o Diário de Notícias, onde foi Grande Repórter.

Foi ainda chefe de redação do Correio da Manhã e fundador da segunda fase de O Século.

Entre 1975 e 1976, foi presidente do Sindicato de Jornalistas. Em 1989, deixou as redações, tendo-se dedicado ao ensino de jornalismo e tornando-se assessor técnico de formação e formador do Centro Protocolar de Formação Profissional para Jornalistas (Cenjor), onde foi também coordenador pedagógico de Curso de Formação Geral em Jornalismo, durante cerca de 20 anos.

Também fundou e dirigiu empresas da comunicação, como Mediática e Idade Média.

Em 1999, Mário Manuel da Silva Contumélias deixou a vida empresarial para se dedicar em exclusivo ao ensino da sociologia e antropologia, tendo lecionado, até final de 2010, após o que passou a dedicar-se por inteiro à investigação em Ciências Sociais e às escritas documental e ficcional.

Entre os cantores que gravaram e interpretaram canções de sua autoria contam-se José Cid, Florência, Teresa Silva Carvalho, Bric-à-Brac, Broa de Mel, Manuel José Soares e Zélia.

Como autor de canções, foi seis vezes finalista do Festival RTP da Canção e de um da OTI.

"O Comboio do Tua", interpretado por Florência, em 1979, "Concerto Maior", com voz de Manuel José Soares, em 1980, "Agosto em Lisboa", interpretado por Zélia, em 1980, e "Daqui Deste País", cantado em 1981, pelos Bric-à-Brac, foram algumas das canções que apresentou a festivais da canção.

Mário Contumélias é autor de 29 livros, repartidos pelos géneros de poesia, literatura infantil, ficção, jornalismo e investigação em sociologia, entre outras áreas.

Entre os títulos de obras literárias publicadas por Mário Contumélias contam-se "Uma Mão Cheia de Histórias" (1985), "O Ofício das Coisas" (1986), "Contos da Gaivota Barriguda" (1987), "O Pai Natal Aprendiz" (1988), "Versinhos de Brincar" (1988), "Conversas à Quinta-Feira" (1991), "Só as Emoções" (2008), "A Explicação do Sol" (2008), "Polícias à Portuguesa "(2008) e "Polícias à Portuguesa: Take 2" (2011).

No ano passado publicou o seu último livro, a obra de poesia "Sobre Pequenas Coisas".

O jornalista Mário Contumélias morreu na quinta-feira, em sua casa, em Lisboa, vítima de doença prolongada, disse hoje à agência Lusa fonte da família.

O funeral será hoje no cemitério do Alto de S. João, em Lisboa.

 

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