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O segredo do Carnaval de Ovar para se manter original ao fim de 65 anos

Homens feitos, em fraldinha de bebé, donzelas com sombrinhas de espirais hipnóticas, freiras com bebés de diferentes raças ao colo e coelhinhos da Playboy, em 'bodies' pastel, são algumas das personagens que hoje desfilaram no Carnaval de Ovar.

O segredo do Carnaval de Ovar para se manter original ao fim de 65 anos
Notícias ao Minuto

16:41 - 26/02/17 por Lusa

País Festa

"Temos de dar parabéns aos nossos grupos pela sua originalidade", declarou à agência Lusa o vereador que coordena a organização do evento, Alexandre Rosas. "O Carnaval de Ovar já tem 65 edições e é muito raro ver-se aparecer no grande corso um tema que seja igual ao de anos anteriores", realça.

Mudaram as temáticas que hoje e terça-feira inspiram a prestação dos 24 grupos e escolas de samba do Entrudo vareiro, e mudaram também as condições de visualização dos desfiles, na sequência de alterações introduzidas na edição deste ano.

Uma dessas diferenças é que a rotunda que antes interrompia o fluxo dos corsos a meio da avenida Sá Carneiro foi entretanto rebaixada para que, por cima dela, pudessem agora circular os cerca de 2000 figurantes do Carnaval e os seus respetivos 24 carros alegóricos.

Outra mudança é que os 17.000 lugares de peão disponíveis para venda em cada dia de corso possam agora disputar uma localização mais elevada num dos estrados que a organização do evento dispôs ao longo de 500 metros daquela avenida, em três graus de alturas diferentes, para garantir assim uma melhor visualização do circuito do corso.

Alexandre Rosas diz que a medida resultou de sugestões apresentadas pelo próprio público e afirma: "Tivemos a melhor reação possível. Foi unânime. As pessoas ficaram muito contentes com esta grande inovação e finalmente temos lugares com boa visibilidade para todos".

José Teixeira foi um dos espetadores que hoje comprou bilhetes de peão para o corso e, depois de ter assistido a várias edições do Carnaval de Ovar, confirma a aprovação quanto aos novos estrados.

"Antes, isto era tipo sardinha em lata - tudo muito apertado", explica o habitante da Maia, sentado num dos degraus da nova estrutura. "Agora está-se muito melhor e conseguimos ver tudo o que se passa, sem termos de nos estar sempre a esticar", acrescenta.

Outra alteração aplicada em 2017 foi a relativa ao horário e duração dos desfiles: o início dos corsos passou das 15:00 para as 14:30, e cada grupo teve apenas 54 minutos para se apresentar ao público, com o objetivo de garantir que o evento não se prolongue para lá das 18:30.

"Começar mais cedo não me parece mal, porque às vezes fica um bocado frio mais para o fim", reconhece novamente José Teixeira. "Mas, a ver bem, o trabalho que aqui está, isto nunca é tempo a mais - e, se cortassem muito, a gente também ia chorar os seis euros que deu para aqui estar", ironiza.

Como exemplo do trabalho efetivamente aplicado na preparação do desfile, José Costa conta que o portão de ferro que abre o cortejo do grupo "Os Pinguins" foi feito pelas suas próprias mãos.

"Estão aí muitas horas da minha vida e uns 100 quilos de ferro", revela o serralheiro autodidata.

O grupo carnavalesco em causa celebra este ano 50 anos de atividade. José Costa está integrado nele há 20 e está seguro do balanço que faz desse percurso: "Houve muita evolução, sobretudo ao nível das maquetas [que são os carros e adereços dos figurantes]. Agora fazemos coisas muito mais complexas, muito mais compostas, e eu espero continuar a ver isto evoluir por muitos mais anos".

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