Casal herói ou não? Paulo admite burla antiga: "Saiu tudo ao contrário"

A opinião pública está dividida com a história deste casal que foi apelidado de herói.

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Patrícia Martins Carvalho
07/01/2017 07:33 ‧ 07/01/2017 por Patrícia Martins Carvalho

País

Entrevista

Lucinda e Paulo Borges tiveram os seus 15 minutos de fama quando, em agosto passado, distribuíram água pelas pessoas que ficaram presas na A1 durante horas devido a um violento incêndio.

O casal foi notícia e elogiado, com a opinião pública rendida a seus pés.

Ora, já no início deste ano, uma notícia do Jornal de Notícias dava conta de que quem precisava agora de ajuda era o casal herói.

Lucinda está doente. Tem uma grave anemia e espera conseguir uma consulta no IPO já “para a semana”. “A minha médica de família diz que agora já é assunto para ser tratado no IPO”, contou Lucinda ao Notícias ao Minuto.

Porém, é Paulo quem está envolto em polémica, tudo porque veio a público o seu passado criminal. Nos últimos 17 anos, este homem que vive em Avanca, Estarreja, foi condenado oito vezes por conduzir sem carta de condução, por falsificar documentos e por fraude fiscal qualificada.

Paulo chegou mesmo a cumprir três meses e meio de prisão por “não ter pago a multa de conduzir sem carta”. Ao Notícias ao Minuto, Paulo admitiu ainda ter falsificado faturas de trabalhos que nunca realizou, o que fez com que um outro empresário burlasse o Estado.

“Estava necessitado e passei umas poucas faturas, mas nunca pensei que desse um problema destes. Achei que ia conseguir 200 ou 300 euros para dar de comer à minha filha durante uns tempos e saiu tudo ao contrário. Saiu tudo bem caro”, contou.

Neste processo foi condenado a um ano e meio de pena suspensa que ainda está a cumprir.

Quanto aos restantes crimes que alegadamente cometeu, Paulo é evasivo. Nega os 14 crimes noticiados, diz que o que aconteceu no passado “já foi há muito tempo” e revela que há um que ainda está a decorrer em tribunal. Quando questionado sobre a origem, foi perentório: “Não quero falar disso”.

Lucinda disse ao Notícias ao Minuto não ter conhecimento de tais situações, algo que foi justificado pelo marido: “Houve muita coisa que não lhe contei. Ela só soube que fui para a prisão porque teve mesmo de ser”.

Por sentir “vergonha”, Paulo garante que mentiria outra vez.

Lucinda, por seu turno, está revoltada e indignada com aquilo que as “pessoas dizem, sem mostrar a cara”.

“As pessoas vão para os jornais dizerem o que querem e não dão a cara. Porque é que não nos vêm dizer isso a nós?”, pergunta chateada, garantindo não ter dívidas.

“Não tenho dívidas. Tenho algumas prestações em atraso, mas não são dívidas de maior”, frisou, assegurando que não tem problemas “nenhuns” com a justiça.

Quanto à filha, Lucinda mostrou-se desgostosa, pois a jovem de 15 anos está a ser apanhada no meio deste turbilhão. E nem a família a apoia. As irmãs, contou, “têm enviado mensagens à minha filha a falar mal de mim, a dizer que eu menti”.

“É inveja. Só pode ser inveja”, frisou, lembrando a relação conturbada que sempre teve com as irmãs.

Desde que a frágil situação financeira do casal foi noticiada, a ajuda não tem parado de chegar. Muitas têm sido as pessoas que têm ido a casa de Lucinda e Paulo entregar bens alimentares. Quanto a Paulo já foram “muitas” as propostas de trabalho” que recebeu.

A mais atrativa, disse ao Notícias ao Minuto, é a de um “senhor que tem uma empresa transportadora e uma escola de condução”.

“Ofereceu-se para me pagar a carta de condução de pesados para trabalhar com ele”, revelou, explicando que ainda nada está decidido, mas que é esta a oferta que mais o seduz.

O passado deste casal está um pouco nublado. Certo é que Lucinda e Paulo ajudaram as pessoas que estavam presas no trânsito da A1 e o futuro, esse, é incerto.

“Se a doença da minha mulher for grave ficamos por Portugal. Mas se não for, vamos para fora. Não vamos ficar aqui”, garantiu Paulo.

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