Maria João Ruela, ex-jornalista da SIC, deixou a estação de Carnaxide depois de ter aceitado o convite de Marcelo Rebelo de Sousa, feito às 2h00 da manhã, para integrar a sua equipa. E, por coincidência, no dia em que venceu o troféu de televisão TV7 Dias, esta quarta-feira, dia 20, na categoria de Melhor Jornalista/Apresentadora, entregou a sua carteira profissional de jornalista.
"Hoje (dia 20) saiu a nomeação no Diário da República para as minhas novas funções, entreguei a carteira. Pensava que ia ficar muito triste e ia chorar, mas na realidade isto foi uma opção que eu fiz. Gostava daquilo que fazia, e gosto muito daquilo que estou a fazer. Não saí triste da SIC, saí muito contente, pelo contrário, e estou muito contente com aquilo que estou a fazer", confessou Ruela, reforçando que a sua carteira "está suspensa, não enterrada". Não fecha as portas ao jornalismo, e quem sabe um dia não voltará a exercer esta profissão.
Em relação à decisão que tomou, Maria João Ruela confidenciou que não ponderou muito. "Foi um convite que me honrou, um desafio interessante. Quando recebi este convite, a minha primeira reação (foi) 'tenho vontade de o aceitar', e acho que muitas vezes na vida temos que nos guiar pelos nossos instintos, e eu sou assim pessoalmente", acrescentou.
Inicialmente, a ex-jornalista pediu uma licença sem vencimento à SIC, mas não foi aceite. "São opções estratégicas da empresa. Fiz a minha opção, eles fizeram a deles, e ficou tudo bem. Eu rescendi o contrato com a SIC e assinei um contrato com a Função Pública, com o Estado", relatou.
Durante estes 26 anos de jornalismo, a atual assessora de Marcelo Rebelo de Sousa relembrou que viveu muitas experiências e fez tudo o que havia para fazer numa redação de televisão, tendo sido coordenadora, pivô, repórter e enviada especial. "Estava sempre a tentar ter mais" e "nunca estava satisfeita".
"Foram 26 anos fantásticos em que eu me tornei na pessoa que sou hoje em dia, porque é indissociável a Maria João que sou hoje enquanto pessoa da Maria João que viveu imensas experiências no jornalismo. Tive sorte de ter começado na profissão com a abertura dos canais privados de televisão. Fiz parte dos fundadores da SIC e isso foi uma aventura como acho que mais ninguém, infelizmente, terá oportunidade de viver nos próximos anos em Portugal. Fiz jornalismo numa altura das chamadas 'vacas gordas' em que havia dinheiro para viajarmos e em que as notícias eram feitas não pelas agências, mas pelos jornalistas que eram enviados para os locais. Portanto, venho de barriga cheia", afirmou.
Nesta nova etapa, pode esperar-se "a mesma Maria João, a tentar fazer bem o desafio que tem pela frente". Apesar de ser um novo capítulo, não vai deixar de ser jornalista, simplesmente está a adaptar às novas funções tudo o que aprendeu até aqui. "Ser jornalista é saber fazer perguntas, saber enquadrar assuntos, é questionar o estudo. E, no fundo, um assessor de imprensa da Presidência tem de fazer tudo isso".
Atualmente integrada na equipa do Presidente da República, contou que tem sido uma experiência "muito desafiante". Segundo a assessora, Marcelo Rebelo de Sousa é uma pessoa "única e a equipa é ótima". Sentiu-se "muito bem acolhida também por conta da personalidade do Presidente, que criou esse ambiente em toda a equipa", e isso é "muito entusiasmante. Estou a gostar muito", concretizou.