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2ª Circular: Gabinete que investiga acidentes aéreos quer ser ouvido

O Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves (GPIAA) reclama ser ouvido como um dos principais interlocutores quando o assunto for segurança aérea, como no caso do projeto da Câmara de Lisboa para a Segunda Circular.

2ª Circular: Gabinete que investiga acidentes aéreos quer ser ouvido
Notícias ao Minuto

18:15 - 03/02/16 por Lusa

País Artigo

A posição consta de um artigo de opinião do diretor do GPIAA, publicado hoje na página da internet deste organismo, que, em meados de janeiro, defendeu que este projeto, ao prever a plantação de 7.500 árvores na zona envolvente da Segunda Circular e mais de 500 ao longo do separador central, vai potenciar o aumento de aves nas imediações do aeroporto e pôr em risco a segurança aérea.

"(...) devemos passar a ser considerados como interlocutores no topo da pirâmide quando o tema é segurança operacional", escreve Álvaro Neves, considerando o projeto para a Segunda Circular "um tema que merece e deve ser avaliado com todo o cuidado pela sua importância estrutural que tem para a cidade de Lisboa".

Por isso, acrescenta, o tema deve ser debatido "com seriedade, rigor e sentido de responsabilidade" por todos os intervenientes.

"O GPIAA jamais se opõe ou dá palpites sobre o projeto, não é da sua competência, mas tem o dever, no âmbito da sua missão, de alertar para potenciais riscos que o mesmo pode trazer na designada Área de Segurança Aeronáutica, ou seja, no mínimo num raio de seis quilómetros do ponto de referência do aeródromo [e] não somente nos cones", frisa o responsável.

Lisboa teve 92 reportes de colisão com aves em 2015, cerca de um terço das quais originou danos em aviões, representado um rácio de 0,85% por cada 10.000 movimentos operados.

Álvaro Neves reconhece que os números não são significativos, mas sublinha que "basta um evento grave" para alterar toda a boa impressão estatística, e avisa que "não se pode pactuar" nem relevar ou descurar "um problema que é real e traz significativas preocupações aos aeroportos e aos seus clientes".

Segundo as estatísticas do GPIAA, tem-se verificado um aumento do número de reportes de aviões que embatem em aves em Lisboa, nos últimos cinco anos.

O diretor do GPIAA defende uma atuação concertada entre todas as entidades envolvidas, e uma ação efetiva da Câmara Municipal de Lisboa (CML).

"O próprio combate terá de ser concertado pelas várias entidades responsáveis, e aqui, mais uma vez, a Câmara Municipal de Lisboa não se pode ausentar da sua responsabilidade em apresentar um plano de controlo das espécies nas imediações do aeroporto, no cumprimento do estipulado pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, que é claro quanto a não causar danos físicos ou 'stress' às aves no processo de afugentamento", sustenta Álvaro Neves.

Tendo o intuito de melhorar a fluidez do tráfego e conferir mais segurança à Segunda Circular, a maioria PS na Câmara de Lisboa propôs-se requalificar a via, diminuindo em 10% o tráfego de atravessamento, através da reformulação de alguns acessos e dos nós de acesso, e reduzindo a velocidade de 80 para 60 quilómetros/hora.

O município quer também criar um separador central maior e arborizado, reduzir a largura da via da direita, montar barreiras acústicas (reduzindo o ruído em 50%), reabilitar a drenagem do piso e renovar a sinalética e a iluminação pública.

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