Seis mil alunos de Santarém e Alpiarça combatem desigualdades alimentares

Cerca de 6.000 alunos de três agrupamentos de escolas de Santarém e Alpiarça vão participar num projeto promovido pela Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo para divulgar a dieta mediterrânica e combater as desigualdades alimentares.

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Lusa
16/10/2015 15:35 ‧ 16/10/2015 por Lusa

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O projeto, que vai decorrer ao longo do ano letivo em parceria com as escolas, as autarquias, os serviços de saúde locais, as associações de pais, centros de investigação e ensino superior, foi apresentado hoje em eventos que assinalaram o Dia Mundial da Alimentação nas várias escolas envolvidas, pertencentes aos agrupamentos Ginestal Machado e Sá da Bandeira, em Santarém, e José Relvas, em Alpiarça. 

Ana Dinis, da ARSLVT e responsável pelo projeto, disse à agência Lusa que a ocasião foi aproveitada para a apresentação pública da iniciativa como símbolo da preocupação de integração de iniciativas que já decorrem nas escolas. 

Cofinanciado em 64% pelo programa de iniciativas de saúde pública do mecanismo de financiamento do Espaço Económico Europeu (EEA Grants, da Islândia, Liechtenstein e Noruega), o projeto vai intervir ao nível da oferta alimentar nos refeitórios, bares e máquinas de vendas e na avaliação de cada um dos alunos com encaminhamento das situações de obesidade, excesso de peso ou subnutrição para equipas multidisciplinares. 

Essas equipas integram nutricionistas, psicólogos, médicos, enfermeiros, em concertação com o Agrupamento de Centros de Saúde da Lezíria e o serviço de pediatria do Hospital de Santarém, disse a responsável, adiantando que nove nutricionistas e três psicólogos estarão a tempo integral no projeto. 

Além dos 6.000 alunos, dos três aos 18 anos, e dos 500 docentes e não docentes e profissionais de saúde, o projeto quer chegar aos cerca de 12.000 encarregados de educação, para reforçar a opção pela dieta mediterrânica também em casa, afirmou. 

A par do acompanhamento individual dos alunos identificados, estão previstas atividades como as que aconteceram hoje, abordagens sobre a dieta mediterrânica nas várias disciplinas e nos espaços de refeição, ações para capacitação de professores e profissionais de saúde e iniciativas de incentivo à prática desportiva, adiantou. 

A integração do trabalho que vem já sendo desenvolvido pelas escolas foi exemplificado com a colaboração das nutricionistas do projeto na elaboração das ementas de dieta mediterrânica que estiveram na base do almoço que hoje foi confecionado por "chefes" e servido a alunos, funcionários e pais na EB 2,3 Mem Ramires (pertencente ao Agrupamento de Escolas Ginestal Machado). 

Na escola sede do agrupamento, alunos de todos os graus de ensino construíram uma "mega roda dos alimentos solidária", cujos bens serão entregues a famílias identificadas, e puderam, ao longo da manhã, experimentar "'shots' de sopa" snacks de batata-doce, sandes mediterrânicas (enriquecidas com tomate, cenoura e alface), iogurte natural com puré de frutos e fruta, tendo ocorrido ações similares nas escolas sede dos outros agrupamentos envolvidos. 

"Percebeu-se que os alunos são muito recetivos e disponíveis a alterar a alimentação", disse à Lusa Emília Alves, uma das nutricionistas que esteve hoje nas escolas para "aconselhamento e esclarecimento de dúvidas". 

Manuel Lourenço, diretor do Agrupamento de Escolas Ginestal Machado, referiu a mais-valia do projeto, pela dimensão e ligação a vários parceiros e pelo fim a que se propõe, salientando a importância da intervenção em idades em que "vale a pena investir" na adoção de hábitos alimentares saudáveis. 

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