De acordo com a publicação deste domingo do Diário de Notícias, cada profissional de enfermagem terá uma lista de entre 1600 e 1700 utentes ao seu encargo. Se a medida for em frente, será necessário reforçar os serviços com a contratação de mais de seis mil enfermeiros.
A Ordem dos Enfermeiros já entregou ao Ministério da Saúde uma proposta que pretende a criação da figura de um 'enfermeiro de família', onde estabeleceu o prazo de três anos para a implementação da legislação.
Ao DN, o bastonário da Ordem dos Enfermeiros, Germano Couto, disse acreditar que "até ao final do primeiro trimestre o decreto-lei esteja publicado" e defende que esta figura de 'enfermeiro de família' será "o pivô ou a porta de entrada nos cuidados de saúde primários." "A ideia é que o utente seja encaminhado nos cuidados primários pelo enfermeiro, seja para o enfermeiro especialista, psicólogo, nutricionista ou médico", exemplificou.
Também objectivo desta proposta é terminar com a metodologia de tarefa, ou seja, os "enfermeiros de vacinas", "enfermeiros dos tratamentos", "enfermeiros das grávidas", entre outros, adoptando a metodologia única de 'enfermeiro de família', explica o bastonário.
Actualmente existem nos cuidados primários 7406 enfermeiros, mas ficam a faltar "15 mil para que haja dotações seguras segundo as metas da Organização Mundial da Saúde", concluiu.