Medo de ser "queixinhas" é o maior aliado do bullying
Pais e professores podem ter papel preponderante para identificar casos de bullying.
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País Especialista
“O bullying existe desde que há seres humanos na Terra”, embora só muito recentemente se tenha abordado o assunto de forma técnica, após casos de crianças que se suicidaram. Este nasce da necessidade “evolutiva de ter uma hierarquia”, em que a agressão era a forma de se conseguir impor e embora, nos dias de hoje, isso já não seja necessário, o bullying continua a existir, sobretudo no meio escolar. E a forma como lidamos com ele, nem sempre é a melhor.
O primeiro passo para ajudar quem é vitima deste tipo de agressão? Deixar de o acusar de ser “queixinhas”, defende a psicóloga norte-americana especialista no assunto Sheri Bauman. Presente em Portugal no âmbito do seminário ‘Estratégias e Medidas de Prevenção do Bullying e do Ciberbullying’ a especialista refere que o bullying está associado com a depressão, o isolamento dos pares e com a ansiedade.
“As crianças mais pequenas, fracas, tímidas, deprimidas e ansiosas são os principais alvos”, refere em entrevista ao Público.
Nestes casos é a lei do mais forte que prevalece e a solução para combater o problema passa por “não ignorar a denúncia e não pensar que faz parte do crescimento”.
Combater o problema pode não ser tão simples quanto isso, mas pais e professores podem ser preponderantes para identificar sinais. A investigadora Susana Carvalhosa, do ISCTE, aponta cinco formas que o podem ajudar. Gestos simples que podem fazer toda a diferença.
Para começar, saiba que ser um pai superprotector pode não ajudar. Dê liberdade ao seu filho para ser mais autónomo e não se sentir tão dependente quando sair do seio familiar. Deve ajudá-lo a desenvolver competências sociais, como falar, saber ouvir a opinião dos outros ou olhar olhos nos olhos quando conversa com alguém. Olhar para o chão enquanto interage com alguém é o primeiro passo para que se pense que é fraco.
Os pais devem também manter-se informados sobre os amigos dos filhos e caso denote que este não anda entusiasmado com a escola nem fala muito sobre o que lá se passa, deve redobrar a atenção. No caso do cyberbullying, por exemplo, deve perceber se eles ficam aborrecidos depois de estar na internet, conclui.
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