Serão as vacinas as novas 'inimigas' dos pais?
Fazem parte da infância mas são, atualmente, vistas com alguma reticência por parte dos pais. Serão as vacinas amigas ou inimigas?
© Reuters
País Saúde
A taxa de vacinação em Portugal ronda os 95% e é uma das mais elevadas no mundo. O Plano Nacional de Vacinação (PNV) permite que as crianças e os adultos sejam vacinados de forma gratuita mas são muitas as pessoas, em especial os pais, que agora olham com alguma relutância para este procedimento médico.
Seja pelo desconhecimento – ou falta de experiência – de algumas das doenças que as vacinas previnem, seja pelos vários e frequentes estudos sobre os efeitos secundários de algumas vacinas, ou até mesmo pela recente tendência pela medicina naturalista, os portugueses começam a evitar vacinar os seus filhos, algo que tem acontecido com bastante frequência em países como os Estados Unidos, Alemanha e Reino Unido, onde existem movimentos anti vacinação.
Ao Diário de Notícias (DN), a consultora na Direção de Serviços de Promoção da Saúde e Prevenção de Doença (na Direção-Geral da Saúde), Etelvina Calé explica que a “população precisa de estar protegida para que uma determinada doença não circule ou não se manifeste” e que o facto da taxa de vacinação ser quase total leva a que os riscos de surtos sejam “diluídos”.
Contudo, a recusa de vacinas tem sido também defendida por alguns médicos, que apontam para o risco dos efeitos secundários, como Francisco Patrício, clínico de medicina geral e homeopata, que acredita que “só em países menos desenvolvidos” a vacinação faz sentido.
Mas, nos dias de hoje, são os estudos que mais levam à ponderação no ato de vacinar. Um dos casos de efeitos secundários mais falados, lê-se no DN, é o da investigação de Andrew Wakefield que, em 1998, revelou que a vacina anti sarampo está associada ao autismo. Mesmo tendo sido acusado de fraude e o estudo descredibilizado, este continua a ser um dos argumentos mais usados pelos pais para recusar a vacina.
A médica Ana Clarke, coordenadora da Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados, diz ao DN que é importante lembrar as famílias de que “não há vacinas inócuas, mas que o benefício é maior do que o risco”, opinião também defendida por Etelvina Calé, que explica que “as vacinas são os medicamentos mais seguros, porque são dadas a pessoas saudáveis e não se aceita que haja efeitos adversos”.
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