"Jurista brilhante, dos mais notáveis da sua geração, sempre se destacou pelo seu profundo amor à liberdade e pela integridade do seu carácter", lê-se numa mensagem de condolências enviada pelo chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva, à família do advogado, que morreu hoje aos 75 anos.
Na missiva, Cavaco Silva recorda a forma como Miguel Galvão Teles se distinguiu como jurisconsulto e advogado, "dando um contributo essencial para a consolidação da democracia portuguesa e, mais tarde, para a defesa da causa de Timor no plano internacional".
"À inteligência aliou uma afabilidade de trato que para sempre ficará inscrita na memória de todos quantos tiveram o privilégio de o conhecer", acrescenta ainda o Presidente da República.
Miguel Galvão Teles era coordenador do departamento do direito público e direito internacional de uma sociedade de advogados e membro do Tribunal Internacional Permanente de Arbitragem de Haia.
No Sporting, presidiu à assembleia-geral entre 1995 e 2006, durante as lideranças de Pedro Santana Lopes, José Roquette, Dias da Cunha e Filipe Soares Franco.
Galvão Teles foi ainda docente da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, encarregado de Direito Constitucional, até 1978, e membro do Conselho de Estado, entre 1982 e 1986, durante a presidência de Ramalho Eanes, e presidente da Comissão Instaladora do Tribunal Arbitral do Desporto, tendo ainda recebido o prémio Stromp para sócios em 1996.
Nascido no Porto, o advogado recebeu os Prémios Gulbenkian de Ciências Político-Económicas (1959) e de Ciências Histórico-Jurídicas (1961), tendo ainda sido galardoado com um prémio internacional de advocacia, o primeiro a ser atribuído a um português pela Chambers and Partners.