"Confesso que foi uma surpresa", declarou, adiantando aos deputados que o convite partiu de Miguel Relvas, que não conhecia pessoalmente nem sequer "socialmente".
A responsável falava na comissão de inquérito à gestão do BES e do GES, numa audição que arrancou pelas 16:00.
Rita Barosa foi durante cerca de dois meses secretária de Estado da Administração Local e da Reforma Administrativa, e a responsável foi questionada pelo parlamento sobre o porquê da sua chamada para a pasta quando a sua experiência prévia residia maioritariamente na banca.
"Não tinha nenhuma experiência governativa ou em qualquer outra função pública", começou por dizer, logo sinalizando que na fase em que foi convidada começava-se a discutir a lei das finanças municipais e era necessário alguém que "pudesse fazer uma boa ligação com as áreas mais financeiras, nomeadamente o Ministério das Finanças".
Numa curta intervenção inicial, de menos de dez minutos, a responsável traçou um retrato do seu trajeto profissional, que passou quase sempre pelo BES.
A comissão de inquérito arrancou a 17 de novembro passado e tem um prazo total de 120 dias, que pode eventualmente ser alargado.
Os trabalhos dos parlamentares têm por intuito "apurar as práticas da anterior gestão do BES, o papel dos auditores externos, e as relações entre o BES e o conjunto de entidades integrantes do universo do GES, designadamente os métodos e veículos utilizados pelo BES para financiar essas entidades".