Crise está a mudar hábitos nocturnos dos estudantes de Coimbra

Os bares e cafés de Coimbra tradicionalmente frequentados por estudantes estão a perder clientes e sobretudo a baixar a facturação, nalguns casos “em mais de 50%” desde o início do ano.

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Lusa
30/12/2012 10:11 ‧ 30/12/2012 por Lusa

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“Entre Janeiro e Dezembro, a nossa facturação baixou para menos de metade e o número de clientes também diminuiu de forma muito significativa”, afirma Joana Pires, proprietária de um bar da Avenida Sá da Bandeira, zona da cidade com grande concentração deste tipo de estabelecimentos.

O bar e a esplanada da Associação Académica de Coimbra (AAC) também estão a acusar os efeitos da crise, isto é, as consequências do aumento do IVA (imposto sobre o valor acrescentado) e da “diminuição do poder de compra” dos estudantes, sublinha, à agência Lusa, Filipe Pedro, co-proprietário e director financeiro da empresa concessionária daqueles espaços.

Também “extraordinariamente penalizada” pela imposição da antecipação para a meia-noite da hora de fecho do bar e da esplanada (que, até ao final de Julho, funcionavam até às 04h00 e às 06h00, respectivamente), a empresa “teve de dispensar 25 trabalhadores” em 2012, lamenta o empresário.

Os despedimentos resultam da conjugação da redução do horário de funcionamento e da crise, mas esta, por si só, terá provocado uma diminuição superior a 20% no volume de facturação do bar e da esplanada, calcula Filipe Pedro, salientando que a esta quebra se devem juntar as perdas registadas em 2011, na “ordem dos 10%”.

O bar e a esplanada da AAC “não têm perdido muitos clientes”, mas estes “consomem muito menos, sendo frequente uma cerveja ou um café, por exemplo, serem a única despesa” durante horas numa mesa ocupada por duas ou três pessoas, explica, sublinhando que na venda de comida “a quebra é ainda muito maior”.

Inês Ribeiro, estudante de Direito e com o pai desempregado, teve de “arranjar um part-time”, mas há muito que deixou “os jantares fora de casa e os ‘copos’ com amigos”: “Sabendo o que sei, não tenho coragem de pedir dinheiro para me divertir”.

“Custa muito dinheiro sair à noite”, assegura João Gaspar, mestrando da Faculdade de Letras, justificando o facto de serem cada vez mais os estudantes que saem de casa com uma “garrafa debaixo do braço”, comprada no supermercado ou com bebidas confeccionadas por eles próprios em casa.

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