De Carlos Santos Silva sabe-se pouco. Na era das redes sociais, o empresário é tido como um homem reservado. Mas o seu nome é assunto nas notícias, onde é descrito como amigo e empresário de José Sócrates, que se encontra em prisão preventiva na sequência da ‘Operação Marquês’. Tal como o antigo primeiro-ministro, também Carlos Santos Silva está em preventiva.

O empresário de 53 anos fez o ensino secundário na Guarda. Ao telefone, um conhecido do empresário dos tempos em que era um jovem na Beira adianta ao Noticias Ao Minuto que Carlos era tido como um “aluno brilhante”. Estudou em Lisboa, concluindo o curso no Instituto Superior Técnico nos cinco anos e com uma média elevada. Terminado o curso, regressaria depois à Beira. Mas já lá vamos.

Carlos voltaria à região depois de ter estudado na capital, primeiro para trabalhar com o empresário Pina do Vale, na Beira Interior, iniciando mais tarde a sua carreira a solo. Terá sido já na Covilhã dos anos 80, altura em que teve projetos na cidade, que terá entrado em contacto com José Sócrates. Em 1988, conta o Diário de Notícias, cria a Proengel, no Teixoso, na Covilhã.

Por estes dias o empresário tem sido assunto nos cafés de algumas das localidades junto à Covilhã. Embora viva atualmente em Telheiras, Lisboa, Carlos ‘Carloto’, como muitos por ali ainda o tratam, está ligado à região. Familiares, amigos e simples conhecidos vão contando discretamente o pouco que sabem aos jornalistas que por estes dias por ali passam, à procura de saber mais sobre o empresário. Ainda que reservado, nomeadamente no que aos negócios diz respeito, Carlos é figura conhecida por ali.

Ao Notícias Ao Minuto, contam-nos que quando jovem convivia com os amigos e colegas, não descurando de tempos a tempos a sua “farra” em que se bebia “de caixão à cova”. É também descrito como um tipo “inteligente, bem-disposto e perspicaz”.

Embora solteiro, terá uma relação com a companheira com quem vive em Lisboa e com quem terá tido uma filha, ainda criança. Os pais moram por Vale Formoso, aldeia junto a Belmonte, mais concretamente na Quinta do Pomar, que terá sido adquirida há mais de 30 anos a Manuel Conde, um industrial prestigiado na região, que foi também opositor ao regime de Salazar, que o chegou a manter ‘debaixo de olho’ precisamente naquele local.

O Grupo Lena, de que fez parte, é também hoje em dia assunto. Em 2010, o empresário fez parte da comitiva que visitou a Venezuela, tendo contado com o apoio de Sócrates, que terá falado com Hugo Chavez no sentido de ‘descongelar’ um contrato milionário, em 2008, conta ainda o Diário de Notícias.

Numa altura em que as investigações decorrem e ainda não se sabe o desfecho do caso, certo é que, apesar de Carlos Santos Silva desde sempre ter procurado a discrição, hoje em dia é figura mediática. O seu nome surge na imprensa ligado às suspeitas sobre o ex-primeiro-ministro. Contra o que desejava, é agora célebre e num contexto pouco favorável.