Um homem de 41 anos foi internado na ala psiquiátrica do Hospital Egas Moniz. Os seus pais achavam que passava demasiado tempo em frente ao computador e por isso internaram Carlos Rodrigues, sem este estar doente. A Procuradoria-Geral da República (PGR) e a Inspeção Geral de Atividades em Saúde (IGAS) vão agora analisar as circunstâncias do internamento.
Carlos Rodrigues era informático, fazia jogos para grandes empresas europeias e esteve três meses no hospital a sedativos e antipsicóticos sem qualquer doença do foro psiquiátrico.
O Ministério da Saúde revelou ao jornal i que foi “aberto um processo de esclarecimento por parte da IGAS, assim que o assunto foi tornado público” e explicaram ainda que “estão a ser feitas várias perguntas a diversas instituições para avaliar a necessidade de abertura de um inquérito”.
Foram os pais que pediram a uma médica a 11 de outubro de 2013 uma ‘credencial’ para interná-lo, alegando que sofria de uma “patologia delirante”.
Carlos Rodrigues foi visto pela primeira vez no Hospital São José e a especialista que o recebeu concluiu não ser possível “evidenciar qualquer aspeto compatível com psicopatologia”, contudo foi dada a continuidade do internamento. O paciente foi então enviado para o Egas Moniz onde permaneceu 71 dias.
Oito meses depois do internamento, Carlos conseguiu finalmente que a sua versão fosse dada com verdadeira.