A opositora venezuelana María Corina Machado venceu, esta sexta-feira, o Prémio Nobel da Paz devido ao seu trabalho "incansável a promover os direitos democráticos para o povo da Venezuela e pela sua luta para alcançar uma transição justa e pacífica da ditadura para a Democracia".
Há cerca de dois anos, numa entrevista à Lusa, onde falou acerca da comunidade portuguesa, contou que o seu sobrenome 'Machado' vem de "uma família de Portugal, já com vários séculos na Venezuela e que radicou em Ciudad Bolivar, no estado de Bolivar, no sul da Venezuela".
"Portanto, temos antepassados comuns, uma origem comum", disse emocionada, na altura.
O momento em que soube do Nobel: "Oh, meu deus"
O momento em que María Corina Machado foi informada de que ganhou o Prémio Nobel da Paz foi partilhado nas redes sociais da organização, esta sexta-feira. Há imagens que mostram uma vencedora emocionada, mas não só: também quem comunica a novidade 'deixa-se levar' pelas emoções.
Quem é Corina Machado?
Nascida em 1967, na Venezuela, Maria Corina Machado é uma das principais vozes da oposição democrática ao regime de Nicolás Maduro, tendo sido candidata favorita à vitória nas eleições presidenciais de julho de 2024.
No entanto, foi impedida de concorrer quando, em janeiro de 2024, o Supremo Tribunal de Justiça, alinhado com o Governo de Maduro, a proibiu de ocupar cargos públicos durante 15 anos.
Este é o único dos Nobel a ser atribuído em Oslo pelo Comité do Nobel Norueguês, com as restantes categorias a serem anunciadas em Estocolmo, capital da Suécia.
Este ano, 338 indivíduos e organizações foram propostos para o Nobel da Paz, lista que vai permanecer secreta durante 50 anos.
A entrega do Nobel da Paz realiza-se a 10 de dezembro, em Oslo, data que assinala o aniversário da morte do fundador desta organização, Alfred Nobel.
As reações pelo mundo fora
As reações à atribuição deste galardão foram diversas, e, entre os parabéns e reconhecimento, houve também espaço para trazer Donald Trump à liça.
Note-se que o presidente dos Estados Unidos fez 'campanha' durante muitos meses, defendendo que merecia esta distinção - e argumentando que já acabou com vários conflitos.
Em Portugal, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, saudou a atribuição do Prémio Nobel da Paz à opositora venezuelana María Corina Machado, considerando que esta tinha sido uma decisão "muito sábia".
"Não queria deixar de saudar vivamente a premiada, porque é uma lutadora pela democracia e pela liberdade há muito tempo [...], é uma mulher, uma presença constante de luta, e luta em condições muito, muito difíceis", começou por dizer o chefe de Estado, em Tallin, à saída de uma reunião do Grupo de Arraiolos.
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