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Elevador da Glória: O que se sabe do descarrilamento que fez 16 mortos?

O elevador da Glória, uma das principais atrações turísticas no centro da cidade de Lisboa, descarrilou na quarta-feira, no pior acidente dos seus quase 140 anos, provocando 16 mortes e mais de 20 feridos.

Elevador da Glória: O que se sabe do descarrilamento que fez 16 mortos?

© Getty Images

Lusa
05/09/2025 17:07 ‧ há 1 dia por Lusa

No acidente, que está a ser investigado por várias entidades, morreram e ficaram feridas pessoas de várias de nacionalidades e o Governo decretou um dia de luto nacional, que foi cumprido na quinta-feira. A Câmara de Lisboa decretou três dias de luto municipal, entre quinta-feira e sábado.

 

Principais pontos sobre o acidente com o elevador da Glória:

Quando ocorreu o acidente?

O elevador da Glória, composto por duas cabines elétricas motorizadas e sincronizadas por cabo, descarrilou cerca das 18h00 de quarta-feira e, cerca de cinco minutos depois, estavam no local o Regimento Sapadores Bombeiros e o INEM, que iniciaram de imediato as operações de salvamento e desencarceramento das vítimas.

Nas operações de socorro estiveram 60 elementos do Regimento Sapadores Bombeiros, apoiados por 15 viaturas, e foram envolvidas nas operações de salvamento 19 ambulâncias, entre as do INEM, as dos corpos de bombeiros voluntários da cidade de Lisboa, bem como da Pontinha, de Algés e de Carnaxide.

As operações foram apoiadas por elementos da Polícia Municipal, da Polícia de Segurança Pública e do Serviço Municipal de Proteção civil de Lisboa.

Foi instalado nas imediações do local um centro de apoio psicológico coordenado pelo INEM, onde também integraram profissionais de outras entidades, para receber e prestar informações e o devido apoio psicológico aos familiares e amigos das vítimas, que se dirigiram ao local da ocorrência.

16 mortos e 22 feridos

O acidente provocou 16 mortos - cinco portugueses, dois sul-coreanos, um suíço, três britânicos, dois canadianos, um ucraniano, um norte-americano e um francês -, que foram identificados pela Polícia Judiciária e pelo Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses.

Segundo as autoridades, registaram-se ainda 22 feridos, que seguiram para vários hospitais da região de Lisboa.

Nove feridos estão ainda internados nos hospitais de São José, Santa Maria e São Francisco Xavier, seis dos quais em unidades de cuidados intensivos. As pessoas que sofreram ferimentos ligeiros já tiveram alta hospitalar.

Celeridade no apuramento das causas

Na quinta-feira, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou esperar que o apuramento das causas do acidente com o elevador da Glória aconteça "o mais rápido possível", nos planos jurídico e técnico.

Na mesma linha, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, prometeu celeridade nas averiguações que estão a decorrer, salientando que se tratou de uma das "maiores tragédias humanas da nossa história recente".

Já o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, pediu à empresa municipal Carris para que fosse realizada uma investigação externa independente, além do inquérito interno, realçando que a "cidade precisa de respostas" sobre as causas do descarrilamento.

Consultores externos na investigação da Carris

Na sequência do pedido feito por Carlos Moedas, o presidente da Carris, Pedro de Brito Bogas, adiantou que o inquérito interno vai contar com a colaboração de consultores externos, assegurando ainda que a empresa está a prestar toda a colaboração às entidades que estão a investigar o acidente.

O responsável da empresa afirmou também que a manutenção do elevador, a cargo de uma empresa por 'outsourcing', foi cumprida escrupulosamente e garantiu que a Carris mais do que duplicou o investimento em nessa área entre 2015 e 2025.

Carris diz que inquérito interno contará com consultores externos

Carris diz que inquérito interno contará com consultores externos

O presidente da Carris disse hoje que o inquérito interno sobre o descarrilamento do elevador da Glória, em Lisboa, vai contar com a colaboração de consultores externos, na sequência do pedido feito pelo presidente da câmara.

Lusa | 18:01 - 04/09/2025

Críticas sindicais à externalização da manutenção

A Federação dos Sindicatos dos Transportes e Telecomunicações - Fectrans defendeu um rigoroso inquérito sobre descarrilamento, para verificar as suas causas imediatas, mas também para analisar os efeitos da externalização do serviço de manutenção.

Fectrans pede

Fectrans pede "rigoroso inquérito" a acidente do Elevador da Glória

A Federação dos Sindicatos dos Transportes e Telecomunicações - Fectrans pediu hoje um "rigoroso inquérito" às causas do descarrilamento do Ascensor da Glória, em Lisboa, que provocou 16 mortos e duas dezenas de feridos.

Lusa | 14:40 - 04/09/2025

O dirigente sindical Manuel Leal afirmou que os trabalhadores da Carris apresentaram "queixas sucessivas" quanto à necessidade de a manutenção dos elevadores voltar a ser assegurada por trabalhadores da própria empresa.

Também a Comissão Coordenadora das Comissões de Trabalhadores da Região de Lisboa (CIL) criticou o 'outsourcing' dos serviços de manutenção da Carris, alegando que devem ser executados por trabalhadores da empresa "e não por 'outsourcing', que só visa o lucro".

Candidatos querem esclarecimentos de Moedas

A pouco mais de um mês das eleições autárquicas, a cabeça de lista da coligação PS/Livre/BE/PAN à Câmara de Lisboa, a socialista Alexandra Leitão, afirmou na quinta-feira que o momento era de "solidariedade e união", mas salientou que, nos próximos dias, serão necessários esclarecimentos de Carlos Moedas.

Já hoje, o deputado municipal do Chega e candidato à Câmara de Lisboa, Bruno Mascarenhas, anunciou a apresentação de uma moção de censura ao executivo da autarquia, exigindo responsabilidades pelo acidente com o elevador da Glória.

Carris na tutela da autarquia desde 2017

Em 2017, a Carris, que se dedica ao transporte público urbano de superfície de passageiros, passou a ser gerida pela Câmara Municipal de Lisboa e, segundo dados da empresa, possuía cerca de 2.500 colaboradores, gerindo uma frota de 773 autocarros, 64 elétricos, três ascensores e um elevador.

Em 2024, a Carris transportou 134 milhões de passageiros e, no que se refere aos elétricos, ascensores e elevador, registou um crescimento na procura, que correspondeu a mais 7% dos passageiros.

Nesse ano, as receitas tarifárias cresceram 2,8% face ao ano homólogo, atingindo cerca 122 milhões de euros.

Manutenção assegurada por ajuste direto

A Carris foi obrigada recentemente a fazer um ajuste direto com a empresa que atualmente assegura a manutenção dos elevadores e ascensores de Lisboa por cinco meses, depois de o contrato público para esse efeito ter terminado no final de agosto.

Um novo concurso público será lançado ainda este mês.

Carris fez ajuste direto por 5 meses com empresa de manutenção

Carris fez ajuste direto por 5 meses com empresa de manutenção

A Carris fez um ajuste direto com a empresa que atualmente assegura a manutenção dos elevadores e ascensores de Lisboa por cinco meses, depois de o contrato público para esse efeito ter terminado no final de agosto.

Lusa | 16:57 - 04/09/2025

Os serviços de manutenção têm sido feitos pela empresa MNTC/Main desde 2019 e a externacionalização desta área para os elevadores e ascensores está em vigor desde 2007.

O presidente da Carris afirmou que a última manutenção geral do elevador da Glória foi feita em 2022 e que deve ser realizada de novo no prazo de quatro anos (até 2026). O plano de segurança em vigor prevê também manutenção semanal e mensal e inspeções diárias, das quais a última foi feita na quarta-feira, dia do acidente.

Elevadores suspensos de imediato

No dia do acidente, o presidente da Câmara de Lisboa mandou suspender de imediato as operações dos ascensores da Bica e do Lavra e do Funicular da Graça para os equipamentos serem inspecionados.

Todos criados pelo engenheiro Raoul Mesnier de Ponsar, os elevadores do Lavra, da Glória e da Bica também são geridos pela Carris, tal como o Funicular da Graça.

O elevador da Glória liga os Restauradores ao Jardim de São Pedro de Alcântara, no Bairro Alto, num percurso de cerca de 265 metros e é muito procurado por turistas.

Em 19 de fevereiro de 2002, os ascensores do Lavra, Glória e Bica e o Elevador de Santa Justa foram classificados como Monumentos Nacionais.

Ponto turístico de referência da cidade de Lisboa, o elevador da Glória foi também o nome escolhido pela banda de rock portuguesa Rádio Macau para o seu álbum lançado em 1984.

Leia Também: AO MINUTO: Chega "exige consequências"; Histórias de sobreviventes

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