"Quando se fala de causas, estamos a falar, por um lado, do esclarecimento do quadro jurídico que envolve um processo e, por outro lado, de causas técnicas, factos, que venham a ser apurados relativamente ao que aconteceu. Quanto mais rápido isso for, naturalmente, melhor será para todos nós. E finalmente, aprender para o futuro, prevenir para o futuro", declarou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas.
O chefe de Estado falava à saída da Igreja de São Domingos, tendo junto a si, um pouco atrás, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, e o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, no fim de uma missa em memória das vitimas do acidente de quarta-feira, que provocou 16 mortos e vários feridos com gravidade.
A seguir, o Presidente da República, o primeiro-ministro e o presidente da Câmara Municipal de Lisboa foram a pé desde o Largo de São Domingos até perto do local do acidente de quarta-feira, na Calçada da Glória, onde depuseram ramos de flores.
Na declaração que fez aos jornalistas, escusando-se depois a responder a perguntas, Marcelo Rebelo de Sousa começou por dizer que esta "é uma hora de luto", de "chorar os mortos", de "cuidar dos feridos" e "de dar uma palavra aos representantes dos Estados" com cidadãos vítimas deste acidente, "uma palavra de solidariedade e de pesar relativamente aos seus povos".
"Uma hora também de exigência e responsabilidade. O que significa, e isso aconteceu desde o primeiro momento, nomeadamente por iniciativa do senhor presidente da Câmara Municipal [de Lisboa], a responsabilidade significa o apuramento das causas. E o apuramento das causas o mais rápido que seja possível", acrescentou.
Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, "foi muito importante a ideia de suspender o funcionamento de outros funiculares, para haver uma vistoria, que significa que se retira desde já uma lição, que é certificar relativamente a outras situações análogas, que há o cuidado de verificar que estão preenchidas as condições de funcionamento".
O Presidente da República quis, por último, deixar a mensagem de que "Lisboa e Portugal são terra de vida, são terra de paz, são terra de segurança".
"E por isso mesmo entendemos que vale a pena afirmar que essa vida, essa segurança e essa paz existem e vão existir, e por isso a exigência e a responsabilidade levam a apurar o que se passou", argumentou.
Quanto à prestação de cuidados aos feridos, Marcelo Rebelo de Sousa disse que "isso tem feito e desde ontem até hoje, em permanente contacto com o senhor primeiro-ministro e o senhor presidente a Câmara Municipal".
O chefe de Estado agradeceu "a todos os operacionais, os bombeiros, a Proteção Civil, a Segurança, os militares, os profissionais no domínio da saúde, os voluntários" envolvidos.
Marcelo Rebelo de Sousa chegou à Igreja de São Domingos em conjunto com Luís Montenegro, Carlos Moedas, e o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel. À chegada, nenhum deles falou à comunicação social.
Assistiram também à missa, na primeira fila, os ministros da Defesa Nacional, Nuno Melo, e da Saúde, Ana Paula Martins.
Na quarta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa decidiu cancelar a Festa do Livro que iria decorrer no Palácio de Belém entre quinta-feira e domingo, devido ao acidente com o elevador da Glória, referindo que seria mais tarde "marcada para data a fixar e em recinto fechado".
O elevador da Glória, gerido pela empresa municipal Carris, liga os Restauradores ao Jardim de São Pedro de Alcântara, no Bairro Alto, num percurso de cerca de 265 metros e é muito procurado por turistas.
[Notícia atualizada às 21h05]
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