A advogada do bombeiro madeirense detido por violência doméstica, na semana passada, revelou, esta terça-feira, que já foram apresentados dois pedidos para que o arguido seja libertado.
"Neste momento, pretendo a libertação imediata deste arguido porque considero que ele está numa situação de prisão ilegal. Face a isso, apresentei junto da Relação de Lisboa um recurso de apelação e apresentei também um pedido de habeas corpus junto do Supremo Tribunal de Justiça", referiu Nanci Camacho em declarações à Antena 1.
A advogada do bombeiro reiterou acreditar que o arguido "está numa prisão ilegal", explicando que não estão "verificados os perigos mencionados".
"Nesta situação concreta, considero que não estão considerados os perigos de fuga, nem o perigo de perturbação do inquérito, nem perigo de perturbação da ordem e tranquilidade pública porque é preciso ter em atenção, sobretudo, que estes perigos não são só analisados à luz dos já atos praticados, mas sobretudo é preciso fazer-se um juízo para o futuro comportamento do arguido e, após esse juízo, concluir se efetivamente existem ou não estes perigos", disse.
A advogada considerou ainda excessiva a prisão preventiva, reiterando que não foram verificados os perigos acima mencionados. "Não estando verificados aqueles perigos, não lhe poderia ter sido aplicada uma medida mais gravosa do que o Termo de Identidade e Residência".
De recordar que o bombeiro foi detido pela Polícia de Segurança Pública (PSP), na passada terça-feira, dia 26 de agosto, após ter sido filmado a agredir a mulher em frente ao filho menor, em Machico, na Madeira, tendo ficado sujeito à medida de coação de prisão preventiva.
As imagens das agressões, que aconteceram na presença do filho do casal, de 9 anos, foram captadas por câmaras de videovigilância na casa da vítima e amplamente difundidas nas redes sociais.
Nas imagens, vê-se o homem a aproximar-se da porta de uma casa e a tocar à campainha. De seguida, começam os gritos e agressões. A criança tentou proteger a mãe e implorou ao pai que parasse.
Quando o homem se retira do local, o menino pede à mãe para se levantar, enquanto a tenta ajudar. "Não consigo", responde-lhe a mulher, em lágrimas.
A mulher ficou desfigurada, tendo sido hospitalizada e submetida a uma primeira cirurgia. Já teve alta e encontra-se em casa de familiares a recuperar, enquanto aguarda uma segunda intervenção cirúrgica.
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