O homem de 36 anos que foi detido, na tarde de quarta-feira, após se barricar em casa por ter baleado o cunhado, no Barreiro, distrito de Setúbal, ficou sujeito à medida de coação de prisão preventiva. Do crime à rendição, fique a par dos contornos do caso.
Num comunicado, enviado às redações esta quinta-feira, a PSP explicou, tal como já tinha adiantado ao Notícias ao Minuto, que, pelas 13h30 de quarta-feira, um homem de 30 anos deslocou-se a pé à esquadra do Barreiro e "pediu ajuda aos polícias que lá se encontravam, vociferando ter acabado de ser atingido por disparos de arma de fogo a poucos metros daquele local".
O homem "estava bastante agitado" e foi para o exterior da esquadra para explicar o local onde tinha ocorrido o crime. No entanto, acabou por desfalecer e ficou deitado de barriga para baixo, permitindo aos agentes "visualizar quatro locais passíveis de terem sido alvo de disparos de arma de fogo".
No total, segundo adiantou fonte da força de segurança ao Notícias ao Minuto, testemunhas do incidente relataram que o suspeito disparou cerca de oito tiros, tendo quatro deles atingido a vítima - três na zona lombar e um numa nádega.
Os primeiros socorros foram prestados pelos agentes da PSP, que pressionaram "os locais que visivelmente pareciam ser os mais graves, por existir uma maior perda de fluxo sanguíneo".
Apesar dos ferimentos, a vítima "esteve sempre consciente" e explicou que o autor dos disparos foi o seu cunhado. Em causa esteve uma "desavença", na qual a vítima "referiu que ia denunciar um hipotético armazém com produtos ilegais, concretamente, com armas de fogo e roupa contrafeita no seu interior".
O homem foi transportado para o Centro Hospitalar Barreiro Montijo, onde recebeu tratamento médico.
Simultaneamente, várias valências "deslocaram-se para o local onde a vítima indicou que estaria o suspeito" e constaram que o homem estava barricado na sua própria casa.
O caso começou, então, a ser tratado como um incidente tático-policial (ITP) e adotaram-se os "procedimentos tendentes a controlar e estabilizar o incidente, nomeadamente através de formação de perímetros de segurança e contenção do incidente".
"Apurou-se que o suspeito se tratava de um indivíduo de sexo masculino, com 36 anos, e que com ele moravam os seguintes familiares: mãe, cônjuge, duas crianças gémeas com 8 anos, uma criança com 13 anos e a avó do suspeito", indicou a PSP.
Segundo a PSP, o "processo de negociação decorreu por via telefónica, através de vários telefonemas, que duraram no total cerca de duas horas".
Uma das principais preocupações da PSP foi "acautelar a segurança de todos os envolvidos, especialmente, as três crianças e a idosa" e, por isso, foram retiradas para outra habitação antes de o suspeito se entregar.
Pelas 17h25, cerca de quatro horas após o crime, o suspeito entregou-se, abrindo a porta da sua habitação. O homem saiu, então, com ambas as mãos no ar e a caminhou em direção aos meios policiais, "com o seu cônjuge na sua retaguarda, que o acompanhou após ter sido efetuada a sua interceção por parte da PSP sem quaisquer incidentes a registar".
A arma de fogo utilizada - uma pistola e respetivas munições - foram encontradas "embrulhadas num pano, dissimuladas no telhado da habitação". O caso passou para a alçada da Polícia Judiciária (PJ), que esta quinta-feira indicou que "formalizou a detenção" do suspeito, um homem de 36 anos.
Segundo adiantou fonte da autoridade à Lusa, após ser presente ao Tribunal do Barreiro, o suspeito ficou sujeito à medida de coação de prisão preventiva.
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