António Nunes foi hoje recebido pelo Presidente da República, no Palácio de Belém, a pedido de Marcelo Rebelo de Sousa e na próxima semana, com data ainda a definir, a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) irá apresentar sugestões para alterar o sistema de combate aos incêndios.
Em declarações aos jornalistas no final da reunião, António Nunes defendeu que "os bombeiros precisam de autonomia como os outros agentes de proteção civil precisam de autonomia. A proteção civil é imprescindível em Portugal como os bombeiros são imprescindíveis. Simplesmente, não podemos confundir proteção civil com comando direto dos bombeiros", acrescentou.
O presidente da LBP disse ainda que já foram apresentadas propostas em momentos anteriores, "mas não houve, talvez, oportunidade para as colocar em prática".
António Nunes disse que durante a reunião de hoje, o Presidente da República quis transmitir "um voto de grande confiança" nos bombeiros e afirmar que "são imprescindíveis para resolver situações graves como aquelas que o país está a viver".
Do lado da LBP, foi apontado a Marcelo Rebelo de Sousa que os bombeiros "estão há muitos dias a fazer um combate desigual", tendo ainda António Nunes sublinhado a questão das alterações climáticas.
Para a próxima semana, a Liga dos Bombeiros Portugueses falará "em detalhe sobre as propostas" que contemplam alterações para os bombeiros portugueses.
"Os bombeiros portugueses pertencem a associações humanitárias de bombeiros ou a câmaras municipais e, portanto, nós temos de ter um sistema que permita, em situações de crise como aquela que estamos a viver, congregar os esforços de todos para que o país possa resistir e ultrapassar as situações de crise", disse o presidente da LBP.
Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro, num contexto de temperaturas elevadas que motivou a declaração da situação de alerta desde 02 de agosto.
Os fogos provocaram dois mortos, incluindo um bombeiro, e vários feridos, na maioria sem gravidade, e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.
Portugal ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, ao abrigo do qual deverão chegar, na segunda-feira, dois aviões Fire Boss para reforço do combate aos incêndios.
Segundo dados oficiais provisórios, até 17 de agosto arderam 172 mil hectares no país, mais do que a área ardida em todo o ano de 2024.
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