"O combate durante a noite evitou males maiores e o fogo foi travado na Teixeira de Baixo, na faixa de proteção ao aglomerado, de cem metros, que estava limpa", adiantou o presidente da Câmara de Seia, Luciano Ribeiro, à agência Lusa.
O autarca do distrito da Guarda acrescentou que os meios estão empenhados junto à linha de água para evitar que as chamas avancem para a aldeia de Barriosa.
No terreno permanecem 208 operacionais, apoiados por 47 viaturas e três máquinas de rasto, que prosseguem o combate às chamas e à consolidação das frentes debeladas.
Luciano Ribeiro afirmou que o perímetro de segurança entretanto estabelecido na zona permitiu o regresso, a partir das 12:00, às habitações da população que havia sido evacuada para a Zona de Concentração e Apoio à População (ZCAP), no Pavilhão Gimnodesportivo Padre Martinho, em São Romão.
Eram, sobretudo, 57 residentes idosos das aldeias Casal do Rei, Muro, Barriosa, Frádigas e Teixeira de Baixo.
"Já as localidades de Teixeira e Teixeira de Baixo, cuja população estava concentrada num edifício central, no âmbito do plano 'Aldeia Segura', deixaram de estar confinadas", referiu o presidente da Câmara de Seia.
Pelas 12:00, apenas continuada condicionada a Estrada Nacional 230, entre as Pedras Lavradas e a Barriosa, enquanto o Caminho Municipal entre Teixeira e a Teixeira de Baixo mantém-se encerrado à circulação.
Todas as restantes vias foram reabertas à circulação esta manhã.
"Quero destacar o empenho e a resiliência de todos os operacionais envolvidos, das instituições e das populações, cujo trabalho incansável tem permitido garantir a segurança da população e salvaguardar as localidades em risco", declarou Luciano Ribeiro.
Segundo o autarca, "a coordenação entre as diferentes entidades no terreno, com os meios disponíveis, tem assegurado uma resposta eficaz e confiante, transmitindo tranquilidade à comunidade neste momento exigente".
O fogo que está afetar o concelho de Seia veio de Piódão, no concelho de Arganil, no distrito de Coimbra, onde deflagrou a 13 de agosto, pelas 05:08, segundo o 'site' da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro, num contexto de temperaturas elevadas que motivou a declaração do estado de alerta, em vigor até domingo.
Os fogos provocaram um morto e vários feridos, na maioria sem gravidade, e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.
Portugal ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, ao abrigo do qual deverão chegar, na segunda-feira, dois aviões Fire Boss para reforço do combate aos incêndios.
Segundo dados oficiais provisórios, até 16 de agosto arderam 139 mil hectares no país, 17 vezes mais do que no mesmo período de 2024. Quase metade desta área foi consumida em apenas dois dias desta semana.
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