Um homem de 48 anos foi detido pela Polícia Judiciária (PJ) por suspeitas de ser o autor de, pelo menos, um crime de incêndio florestal, cometido no passado dia 30 de julho, em Moreira, no concelho da Maia.
Em comunicado, enviado às redações esta quinta-feira, a autoridade explicou que "a ignição foi provocada com recurso a chama direta e alguns papéis para potenciar o desenvolvimento e teve uma rápida progressão, considerando o índice de perigo elevado de incêndio florestal naquela área".
As chamas colocaram em "perigo uma mancha florestal significativa, bem como várias instalações industriais existentes na orla e interior da referida mancha", e só não tiveram "maior repercussão" devido à "precoce deteção e célere combate" desenvolvido pelos bombeiros.
A detenção ocorreu através da Diretoria do Norte da PJ, em colaboração com o Posto Territorial da Maia da Guarda Nacional Republicana (GNR).
O suspeito, residente na área, será ainda sujeito a primeiro interrogatório judicial para aplicação das medidas de coação tidas por adequadas.
Sublinhe-se que Portugal continental está em situação de alerta devido ao elevado risco de incêndio. A medida está em vigor desde 00h00 de domingo e prolonga-se até às 23h59 desta quinta-feira, 7 de agosto.
"Face ao agravamento das previsões meteorológicas que apontam um risco significativo de incêndio rural, o Governo decidiu declarar situação de alerta em todo o território continental", anunciou, no sábado, a ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral.
Só este ano, os incêndios florestais já consumiram quase 42 mil hectares, oito vezes mais que no mesmo período de 2024 e o valor mais elevado desde 2022, segundo o Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais (SGIFR).
As estatísticas do SGIFR, da responsabilidade da Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF), dão conta que desde 1 de janeiro registaram-se 5.211 incêndios que provocaram 41.644 hectares de área ardida.
O portal do SGIFR avança que 72% da área ardida e 53% dos fogos deste ano verificaram-se na região Norte, onde os incêndios têm ocorrido com mais intensidade na última semana nos distritos de Viana do Castelo, Braga, Vila Real e Porto.
Segundo o portal, mais de metade da área foi consumida pelas chamas desde 26 de julho.
Em comparação com o mesmo período de 2024, o número de incêndios quase duplicou este ano e a área ardida é oito vezes maior. Em 2024, até 05 de agosto tinham ardido 4.671 hectares e este ano ardeu 41.644 hectares.
No entanto, o total da área ardida em 2024 foi de 147.000 hectares, dois quais 135.000 arderam em apenas seis dias, nos fogos de setembro.
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