Um homem de 49 anos foi detido pela Polícia Judiciária (PJ) por estar "fortemente indiciado pela autoria de, pelo menos, dois crimes de incêndio florestal", cometidos durante o fim de semana em Felgueiras.
Em comunicado, enviado às redações esta quarta-feira, a PJ indicou que os crimes ocorreram no passado domingo, 3 de agosto, na localidade de Macieira da Lixa e Caramos.
As ignições foram provocadas com recurso a chama direta e tiveram uma rápida progressão, consumindo "cerca de 1,5 hectares da mancha florestal composta por eucaliptos e arbustos".
Segundo a PJ, os incêndios "criaram ainda perigo para uma mancha florestal muito significativa, bem como para vários edificados, essencialmente residências".
Os crimes ocorreram num dia em que quase todos os concelhos do distrito do Porto, onde se insere Felgueiras, estavam sob risco máximo de incêndio, segundo dados do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
A detenção ocorreu com a colaboração do Posto Territorial de Vila Cova da Lixa da Guarda Nacional Republicana (GNR) e o suspeito, que reside na área, vai ser presente a primeiro interrogatório judicial para aplicação das medidas de coação tidas por adequadas.
Sublinhe-se que Portugal continental está em situação de alerta devido ao elevado risco de incêndio. A medida está em vigor desde 00h00 de domingo e prolonga-se até às 23h59 de quinta-feira, 7 de agosto.
"Face ao agravamento das previsões meteorológicas que apontam um risco significativo de incêndio rural, o Governo decidiu declarar situação de alerta em todo o território continental", anunciou, no sábado, a ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral.
Só este ano, os incêndios florestais já consumiram quase 42 mil hectares, oito vezes mais que no mesmo período de 2024 e o valor mais elevado desde 2022, segundo o Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais (SGIFR).
As estatísticas do SGIFR, da responsabilidade da Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF), dão conta que desde 1 de janeiro registaram-se 5.211 incêndios que provocaram 41.644 hectares de área ardida.
O portal do SGIFR avança que 72% da área ardida e 53% dos fogos deste ano verificaram-se na região Norte, onde os incêndios têm ocorrido com mais intensidade na última semana nos distritos de Viana do Castelo, Braga, Vila Real e Porto.
Segundo o portal, mais de metade da área foi consumida pelas chamas desde 26 de julho.
Em comparação com o mesmo período de 2024, o número de incêndios quase duplicou este ano e a área ardida é oito vezes maior. Em 2024, até 05 de agosto tinham ardido 4.671 hectares e este ano ardeu 41.644 hectares.
No entanto, o total da área ardida em 2024 foi de 147.000 hectares, dois quais 135.000 arderam em apenas seis dias, nos fogos de setembro.
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