Num parlamento com dez forças políticas e em que o PS passou para um inédito terceiro lugar, Abreu Amorim vai suceder a Pedro Duarte, que sai do Governo para concorrer à presidência da Câmara Municipal do Porto, e que se assumiu sempre como um moderador de conflitos.
Carlos Eduardo Almeida de Abreu Amorim nasceu a 01 de outubro de 1963 (61 anos) e é doutorado em Direito, tendo exercido funções de docente universitário na Escola de Direito da Universidade do Minho.
Foi deputado do PSD entre 2011 e 2019, eleito pelo círculo de Viana do Castelo, e novamente eleito para a Assembleia da República em 2024 e a 18 de maio deste ano, agora pelo círculo do Porto.
Foi vice-presidente da bancada social-democrata durante as lideranças do grupo parlamentar de Luís Montenegro e Hugo Soares, tendo-se mostrado indisponível para se manter no cargo quando Rui Rio assumiu a presidência do partido.
Antes de assumir funções governativas, o antigo deputado era conhecido pelas posições frontais e até polémicas nas redes sociais, quer sobre política, quer sobre futebol, enquanto adepto do Futebol Clube do Porto.
Como secretário de Estado Adjunto e dos Assuntos Parlamentares teve a tutela da comunicação social, mas ainda será necessário aguardar pela composição total do Governo para perceber onde ficará agora esta pasta.
Em anteriores executivos, a pasta da comunicação social já esteve na Presidência (executivos PSD/CDS-PP) ou na Cultura, no caso de Governos do PS.
Do que já se conhece da orgânica do Governo, o Ministério dos Assuntos Parlamentares ficou sem a tutela do Desporto, que passou para o Ministério da Cultura, Juventude e Desporto, tutelado por Margarida Balseiro Lopes.
Enquanto deputado, Carlos Abreu Amorim coordenou os deputados do PSD no inquérito parlamentar ao BES, o que o levou a dizer, numa entrevista ao Público em 2014, que tal tinha mudado a forma como via a economia.
"Já não sou um liberal. O Estado tem de ter força", afirmou então.
Há pouco mais de duas semanas, o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares assegurou que o Governo português iria continuar a apostar nos instrumentos de verificação de factos, salientando que a democracia não pode sobreviver sem media livres, críticos e isentos.
"A democracia não pode subsistir, sobreviver sem uma informação livre, sem uma comunicação social livre, isenta e crítica", afirmou, defendendo que a desinformação ataca de "forma virulenta" a própria lógica da democracia.
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