Na cerimónia de inauguração da 95.ª Feira do Livro de Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa declarou que a liberdade "tem novos inimigos, além dos antigos: os que agora querem, à Esquerda e à Direita, cancelar, reescrever, quando não destruir os livros".
"Mas os biblioclastas não prevalecerão. E para isso é também preciso que os editores e livreiros deem o exemplo. Não será difícil encontrar nalguns dos pavilhões da feira volumes sobre obras proibidas pela ditadura, ou por motivos políticos, ou morais, ou religiosos ou outros", prosseguiu.
O Presidente da República elogiou a Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) por "não aceitar um novo Index e defender a liberdade de publicar e vender mesmo o que é polémico e controverso", manifestando a certeza de que assim continuará.
"Sob pena de ficarmos acomodados a críticos mansos e ignorados", acrescentou Marcelo Rebelo de Sousa, recebendo aplausos da assistência.
No início da sua intervenção, o chefe de Estado saudou a ministra da Cultura, Dalila Rodrigues pelo empenho "muito pessoal" na Feira do Livro de Lisboa, que no seu entender "tem a ver com a sua formação mas tem a ver também com a sua maneira de ser".
"Acabou por se apaixonar por esta Feira do Livro, ainda mais pela leitura e pelos livros, e eu penso que é de lhe agradecer isso", considerou.
Depois, Marcelo Rebelo de Sousa dirigiu-se ao presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, de quem disse que "se apaixonou por Lisboa e ao mesmo tempo pela Feira do Livro".
Carlos Moedas "já era semiapaixonado por Lisboa, mas tantas andanças no mundo podiam suscitar a dúvida sobre se realmente um estrangeirado era capaz de redescobrir as raízes", comentou.
Segundo o Presidente da República, Moedas "é rápido em tudo" e "foi muito rápido na compreensão única e no apoio único a esta feira, àquilo que significa para Lisboa e para o país".
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