"Eu acho que é extraordinário. Ontem [terça-feira] tivemos a ratificação do PIB [Produto Interno Bruto], que está 108% da média nacional e, obviamente, essa questão do risco de pobreza é melhor começarem a rever os critérios porque ninguém acredita nisso", afirmou o governante.
Miguel Albuquerque falava aos jornalistas à margem de uma visita à Empresa de Cervejas da Madeira, no concelho de Câmara de Lobos, após ser questionado sobre o relatório "Portugal Balanço Social 2024", hoje apresentado em Lisboa e no qual a Madeira surge em segundo lugar no que diz respeito à taxa de risco de pobreza.
O presidente do executivo insular desvalorizou, argumentando com o facto de a Madeira ter um PIB superior à média nacional e deu o exemplo de outras ilhas que têm valores superiores.
"As Canárias têm um índice de pobreza superior ao nosso, a Sardenha, toda a gente sabe o que é a Sardenha, tem um valor superior ao nosso, a Sicília também, portanto há qualquer coisa aí", disse.
"Os riscos de pobreza não têm a ver com a pobreza, são os critérios que são utilizados e não podemos confundir essa situação com aquilo que é a realidade de cada uma das regiões", considerou ainda.
O relatório explica que a taxa de risco de pobreza (depois de transferências sociais) é a proporção da população que vive com rendimentos abaixo do limiar de pobreza e que 16,6% das pessoas encontravam-se em risco de pobreza no país, uma redução de 0,4 pontos percentuais face ao ano anterior.
Segundo o relatório, Portugal tem quase 1,8 milhões de pobres, e a prevalência de pobreza é maior nas regiões autónomas, onde é também maior a privação material e social e os valores de desigualdade.
"A taxa de pobreza está quase oito pontos percentuais acima da média nacional nos Açores, a região com maior taxa de pobreza em Portugal, e quase três pontos percentuais acima da média nacional na Madeira e na Península de Setúbal", indica o documento, ressalvando, no entanto, que a taxa de pobreza nas regiões autónomas diminuiu entre 2023 e 2024.
Leia Também: Pobreza cai em Espanha mas taxa infantil continua a ser "alarmante"