Em declarações à Lusa, à margem da 24.ª reunião de ministros da Defesa da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) realizada em São Tomé, na quinta-feira, Nuno Lemos Pires afirmou que o primeiro lote foi entregue esta semana, e inclui, nomeadamente, uniformes completos, desde o capacete, as botas, a mochila, o saco-cama.
"Isto é mais um momento para mostrar como é esta nossa relação. Não é dar só por dar, é dar o que se pede, o que se pede que é necessário. Quando é necessário, nós estamos cá para fazer isso", sublinhou.
Nuno Lemos Pires, que representou o ministro da Defesa Nacional de Portugal na reunião dos ministros da CPLP, realçou que a relação bilateral com São Tomé e Príncipe "é muito antiga e é muito forte", e na área da Defesa envolve todos os domínios, nomeadamente, "na terra, no ar e no mar".
O responsável sublinhou que "uma das aeronaves mais moderna da Força Aérea Portuguesa, um P-3 Orion [...], está a cumprir missões de soberania ao lado dos são-tomenses".
"Está a fazer vigilância, está a fazer busca e salvamento, está a fazer prospeção de pirataria todos os dias, fazendo voos cerca de sete, oito horas diários por cima das águas e do mar territorial de São Tomé", sublinhou.
"Ao mesmo tempo, tem duas embarcações da Marinha Portuguesa. Tem uma lancha de fiscalização rápida, que é o Centauro, e tem uma embarcação de alta velocidade, que é o Príncipe, que estão todos os dias a navegar, 375 dias por ano, com guarnições mistas, metade portuguesa, metade de São Tomé e Príncipe, a fazer fiscalização, soberania, busca e salvamento, transporte [...], tudo o que é preciso fazer", acrescentou.
O diretor Geral de Política de Defesa Nacional sublinhou que Portugal também tem investido na capacitação das forças de segurança e militares são-tomenses, tendo realizado, no ano passado, o curso de promoção de capitão e, este ano, decorre o curso de formação de sargentos, tanto para a guarda costeira como também para o exército.
"Estamos a fazer, ao mesmo tempo, cursos de especialização que São Tomé pediu, desde a banda de música, desde cursos de especialistas em mergulho, além de termos doado os equipamentos, operadores de drones, de sistemas não tripulados, estamos a fazer uma panóplia muito grande que inclui a saúde militar e tudo isto são ações que nós fazemos sempre, em grande coordenação, em espírito aberto com São Tomé e Príncipe, e com uma dualidade que é tanto fazemos cá como fazemos em Portugal, porque somos exatamente irmãos", disse.
Segundo o diretor Geral de Política de Defesa Nacional de Portugal, a relação com São Tomé e Príncipe "é tão antiga" que já permitiu a formação de quase 300 são-tomenses em Portugal, desde a academia militar até aos cursos mais elevados, e quase mil militares em São Tomé e Príncipe.
"Isto é uma parceria de sucesso, é uma irmandade, terra, mar e ar, todos juntos, todos os dias", sublinhou.
No balanço da 24.ª reunião dos ministros da Defesa da CPLP, Nuno Lemos Pires considerou que o evento demonstra que a organização pode sempre "fazer mais e melhor".
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