Tomada de posse do Governo? Marcelo diz que será "antes do 10 de Junho"

O Presidente da República falou ainda acerca da campanha do Banco Alimentar, que decorre este fim de semana, em vários supermercados do país.

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© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images

Notícias ao Minuto com Lusa
31/05/2025 20:20 ‧ ontem por Notícias ao Minuto com Lusa

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Banco Alimentar

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, adiantou que o novo Governo tomará posse "antes do 10 de Junho", data em que se assinala o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.

 

O chefe de Estado sustentou que, "na terça-feira, é instalada a Assembleia República" e, portanto, o Governo não poderá ser "nomeado", nem o primeiro-ministro poderá "apresentar" a sua equipa "para ser aceite pelo Presidente da República". 

"O que quer dizer que esse trabalho começa na quarta-feira. Informalmente, pode existir antes, mas começa formalmente na quarta-feira. E, por isso, espero as indicações do primeiro-ministro para poder marcar a data definitiva. Há Governos em que se juntou a posse em que se juntou a posse do primeiro-ministro, ministros e secretários de Estado e em outra situações que foi feito de forma separada", disse, em declarações aos jornalistas.

Marcelo Rebelo de Sousa salientou ainda que "a ideia" da tomada de posse é "ser sempre antes do 10 de Junho", sendo uma tomada de posse "conjunta ou não conjunta", embora "não seja um calendário fácil, é possível".

Sobre as audiências com os partidos, na semana passada, o chefe de Estado não quis revelar nada sobre o seu conteúdo, mas deixou uma nota de otimismo.

"Penso que o primeiro-ministro e o Governo, ouvidos os partidos todos, e nomeadamente aqueles que ouvi duas vezes [PS e Chega], têm um quadro de condições que permitem encarar com uma razoável noção de durabilidade e de estabilidade que é muito boa para o país. Quer dizer, o país precisa de estabilidade e precisa de durabilidade do Governo", defendeu.

"E as oposições em estilos diferentes e de forma diferente foram até onde podiam ir e estão disponíveis para ir até onde irão, para tornar isso possível", considerou.

Marcelo Rebelo de Sousa escusou-se a comentar a demissão do presidente da IL conhecida hoje à tarde, sem ser claro se este cenário lhe foi transmitido na audiência que teve com Rui Rocha na semana passada.

"Eu não comento as decisões, respeito os líderes partidários, quer daqueles que antes de irem a Belém e serem ouvidos sobre a situação e a indigitação do primeiro-ministro já tinham comunicado que iam cessar as funções, quer daqueles que decidiram depois", afirmou.

No entanto, recordou que foi à saída de Belém que Rui Rocha anunciou a intenção de avançar para um processo de revisão constitucional.

"Eu não sei se estava para acontecer, eu só sei aquilo que se passou lá, mas não lhe vou contar o que é que se passou lá e, portanto, eu só posso dizer que tomei formalmente conhecimento no momento em que tiveram a gentileza de comunicar aos portugueses", disse.

Por outro lado, recusou também pronunciar-se sobre o anúncio do presidente do PSD, Luís Montenegro, de que o partido não está disponível para uma revisão constitucional neste momento.

"Não vou comentar tudo o que são posições de partidos sobre essas matérias e então revisão constitucional que é uma das matérias em que o Presidente não tem poder nenhum, não tem sequer o poder de vetar a lei de revisão constitucional. (...) O Presidente não é tido nem achado, então não vai comentar", disse.

"Estamos a atravessar um crise internacional, que se projeta em todos os países e também em Portugal"

O Presidente mostrou-se também preocupado com a situação do Banco Alimentar que, desde o dia de hoje, está em vários supermercados a recolher alimentos. 

"Preocupa-me muito. A situação internacional é muito imprevisível, é difícil. Estamos a atravessar um crise internacional, que se projeta em todos os países e também em Portugal. Não é por acaso que o primeiro trimestre deste ano, quando comparado com o último trimestre do ano anterior, houve um queda de meio por cento. Isso significa que, embora melhorando em relação ao começo do ano anterior, não estamos a acompanhar a pedalada da subida do final do ano anterior", salientou.

Destacou ainda que ainda que as guerras e as tarifas têm consequência e que sente que, "realmente, as carências continuam muito elevadas". 

Questionado se teme que, no resto no ano, a economia portuguesa não recupere a pedalada do último trimestre de 2024, o chefe de Estado referiu que todas as previsões económicas, "inclusive as do Governo, são as de que há uma dependência muito grande da situação internacional".

"Nós é que nos esquecemos que estamos praticamente a meio do ano, falta um mês para estarmos a meio do ano. E, portanto, há muita coisa que está indefinida. E, estando indefinida, isso tem consequências: o investimento não é o que podia ser, o consumo não é o que podia ser, as exportações não são o que podiam ser, o turismo teve um período de compasso de espera, continuando a crescer, mas menos, até por causa do mau tempo, durante dois meses", disse.

E acrescentou que, se essas são as consequências na economia, elas existem também para "as pessoas que estão em piores circunstâncias".

"Essas, naturalmente, ao primeiro sinal de crise, pioram muito", alertou.

"Eu vi hoje, quando fui fazer as compras para o Banco Alimentar, que é um bom sintomas. Às 18h00, ver as prateleiras destinadas aos produtos que são básicos já vazias e já a serem repostos os produtos. Quer dizer que houve entre a manhã e a tarde, houve uma resposta, num fim de semana que é muito mau. É muito mau pelas condições meteorológicas, é muito mau porque as pessoas ainda não receberam o subsidio de férias", notou, destacando que havia o "risco" de as pessoas "estarem menos sensíveis" a esta campanha de maio, mas "não estão".

"[As pessoas] Estão mais sensíveis por perceberem que realmente, não é por acaso que as pessoas estão agora a consumir menos, e estão a tentar poupar, aquelas que podem poupar, porque estão preocupadas", afirmou.

[Notícia atualizada às 21h53]

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