Familiares de um doente que morreu no Hospital Curry Cabral, em Lisboa, ameaçaram e agrediram dois enfermeiros e causaram estragos nas instalações, segundo fontes dos media, hospitalares e policiais.
"É absolutamente inadmissível que quem dedica a sua vida a cuidar e salvar a vida de outros seja alvo de violência seja de que tipo for", sublinha o bastonário da OM, Carlos Cortes, citado num comunicado da entidade.
A Unidade Local de Saúde (ULS) São José, que integra o Curry Cabral, confirmou a ocorrência de desacatos no serviço de Nefrologia deste hospital, explicando que "o incidente aconteceu na sequência de uma reação negativa ao falecimento de um familiar que se encontrava internado no serviço".
Os enfermeiros ficaram com ferimentos ligeiros e foram assistidos no local.
"A Ordem dos Médicos manifesta total repúdio perante qualquer tipo de agressão contra médicos e outros profissionais de saúde. Face às notícias recentemente divulgadas e preocupantes, reiteramos a nossa solidariedade absoluta para com todos os que são vítimas destes atos intoleráveis", indica o comunicado.
A propósito, a ordem volta a exigir ao Ministério da Saúde e à Assembleia da República "medidas eficazes e urgentes de prevenção e punição destes comportamentos".
Considerando essencial a condenação social da violência sobre os profissionais de saúde e o seu combate "através de legislação adequada e penas exemplares", o bastonário adianta que o "tema fará parte das prioridades que a Ordem dos Médicos irá apresentar ao próximo titular da pasta da Saúde".
As agressões foram condenadas no próprio dia pela Ordem dos Enfermeiros, que exigiu o apuramento de todas as responsabilidades.
Manifestando total solidariedade para com os colegas agredidos, o bastonário da Ordem dos Enfermeiros, Luís Filipe Barreira, afirmou, em comunicado, que "não pode haver tolerância nem complacência com este tipo de atos".
Assinalou que "não é um caso isolado" e que "a violência contra profissionais de saúde, e em particular contra enfermeiros, tem vindo a aumentar de forma inaceitável nos serviços de saúde portugueses".
"Quem cuida da vida não pode continuar a ser exposto ao medo e à violência sem consequências. Urge que as instituições públicas e o sistema judicial atuem com celeridade e firmeza", defendeu o bastonário, acrescentando que a ordem prestará todo o apoio aos enfermeiros envolvidos, acompanhará o caso de perto e exige que sejam apuradas todas as responsabilidades.
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