Apelo ao voto branco ou nulo no Douro com expressão numa freguesia

O apelo ao voto branco ou nulo no Douro, feito por uma associação em defesa da região e dos viticultores, traduziu-se percentualmente na freguesia de Ervedosa do Douro, em São João da Pesqueira, onde a abstenção também foi alta.

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© Zed Jameson/Anadolu via Getty Images

Lusa
19/05/2025 12:59 ‧ há 1 hora por Lusa

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Legislativas

Na freguesia de Ervedosa do Douro (São João da Pesqueira, distrito de Viseu) foram registados 34 votos nulos e 13 brancos, o que corresponde percentagens de 7,07% nulos e 2,70% brancos, valores bastante superiores às legislativas de 2024, em que os votos brancos foram de 0,1% (apenas um voto) e os nulos 1,33% (sete votos).

 

Também a abstenção aumentou, já que a percentagem de votantes foi de 46,70% (481 em 1.030 inscritos) este ano, inferior aos 51,62% (527 em 1.021 inscritos) verificados nas legislativas de 2024.

"Penso que o melhor resultado foi a abstenção, que rondou os 60%, porque eu também apelava ao não voto", disse hoje à Lusa Manuel Covas, vice-presidente da associação Lutar pelo Douro, que na sexta-feira apelou aos votos brancos e nulos como alerta para os problemas dos viticultores, "porque a Região Demarcada do Douro está em catarse profunda e os políticos não têm uma solução".

Manuel Covas atribuiu ainda o número relativamente elevado de votos brancos ou nulos na sua freguesia "à revolta" sentida pelos durienses, especialmente "os pequenos e médios viticultores".

Tendo também distribuído panfletos noutros pontos do concelho de São João da Pesqueira, os resultados globais no município foram de 1,90% de brancos (68 votos) e 2,68% de nulos (96), tendo os nulos superado os 3% em quatro das 11 freguesias.

Porém, nos restantes concelhos da região não houve a mesma percentagem de votos brancos ou nulos, tendo os municípios do rio Douro registado valores abaixo de 1,5%, em linha com os números nacionais e do ano passado.

Na sexta-feira, no apelo que fez ao voto branco ou nulo, Manuel Covas tinha dito que "se houver muitos votos nulos ou brancos é sinal mesmo de alguma coisa, que está tudo mal para nós, que as pessoas estão revoltadas" com a situação na viticultura na região.

Mais de 150 viticultores do Douro receberam cartas a cancelar encomendas de uvas para este ano, o que está a gerou receio e indignação.

"Está-se a iniciar a catástrofe que já tínhamos previsto na última campanha, que no ano passado foi próximo da vindima, em que as casas compradoras de uvas disseram que não queriam comprar uvas. Este ano, estamos em abril e o cenário já se está a tornar negro", disse à Lusa, em 17 de abril, Marinete Alves, que faz parte do Conselho Regional da Casa do Douro.

A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) e a sua filiada Avadouriense - Associação dos Viticultores e da Agricultura Familiar Douriense convocaram um plenário de viticultores do Douro para 01 de junho, no Peso da Régua.

Em 02 de maio, a Casa do Douro reclamou medidas "fundamentais" para enfrentar a crise na viticultura como a incorporação de aguardente regional no vinho do Porto, destilação de crise, colheita em verde e a suspensão do VITIS.

A AD - Coligação PSD/CDS-PP venceu as eleições legislativas de domingo, com 89 deputados, se se juntarem os três eleitos pela coligação AD com o PPM nos Açores, enquanto PS e Chega empataram no número de eleitos para o parlamento, 58.

A Iniciativa Liberal continua a ser a quarta força política, com mais um deputado (9) do que em 2024, e o terceiro lugar é do Livre, que passou de quatro a seis eleitos.

A CDU perdeu um eleito e ficou com três parlamentares, enquanto o Bloco de Esquerda está reduzido a uma representante e o PAN manteve um deputado.

O JPP, da Madeira, conseguiu eleger um deputado.

Estes resultados não incluem ainda os eleitores residentes no estrangeiro, cuja participação e escolhas serão conhecidos a 28 de maio.

Leia Também: Chegaram 12,2% dos votos dos emigrantes, que podem desempatar PS e Chega

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