"Eu compreendo que o líder do partido, por uma questão de educação, se tenha lembrado de convidar todos os ex-líderes, portanto, era um bocadinho estranho que não me tivesse convidado", considerou o Presidente da República, em resposta a perguntas dos jornalistas, no Palácio de Belém, em Lisboa.
O chefe de Estado acrescentou que o atual primeiro-ministro e presidente do PSD "já sabia", no entanto, que não iria aceitar o convite, porque "já lhe tinha dito qual era a resposta".
"É evidente que, em período de campanha, o Presidente da República, que tem um estatuto suprapartidário, então em período de campanha, não poderia estar presente numa iniciativa que pode ser entendida como iniciativa de campanha, obviamente", justificou Marcelo Rebelo de Sousa, que liderou o PSD entre 1996 e 1999.
Nesta ocasião, o Presidente da República falou também sobre a sua participação, no domingo, numa procissão em Loulé, no Algarve, em que apareceu ao lado da cabeça de lista da AD (PSD/CDS-PP) pelo distrito de Faro, Maria da Graça Carvalho, atual ministra do Ambiente e da Energia.
O chefe de Estado referiu que "o convite partiu do presidente da Câmara socialista", Vítor Aleixo, "e a única dúvida que podia haver é que é uma autarquia em que a presença de um determinado partido é muito clara e dominante há muito tempo".
Interrogado se sentiu incómodo por ter ao seu lado a cabeça de lista da AD, em período oficial de campanha para as legislativas, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu: "Não. Tinha o presidente da Câmara socialista, tinha a deputada socialista, tinha o candidato socialista, candidatos, aliás, de outros partidos, vários, tudo isso, em vários momentos da procissão".
"Estavam lá outros partidos, como é óbvio também, o caso de cabeças de lista e vereadores e dirigentes de outros partidos", reforçou.
O dia do 51.º aniversário do PSD, terça-feira, 06 de maio, calhou em período oficial de campanha para as eleições legislativas antecipadas de 18 de maio.
Luís Montenegro juntou ao almoço, na sede nacional do partido, em Lisboa, quase todos os ex-líderes, entre os quais Pedro Passos Coelho, Aníbal Cavaco Silva, o candidato presidencial Luís Marques Mendes, Manuela Ferreira Leite e Rui Rio.
De manhã, o presidente do PSD deu a entender ter convidado o chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, para estar nesse almoço e justificou a sua ausência: "Como Presidente da República entende -- e eu compreendo -- que não deve ter uma participação partidária numa altura em que estamos em campanha eleitoral".
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