Sem adiantar números concretos, Carlos Silva disse que os autos de contraordenação "têm aumentado significativamente", não só ao nível dos tuk-tuk, mas também nos casos de viaturas de logística ou mesmo de particulares que estacionam nos cerca de 250 lugares criados para que os carros de animação turística possam estacionar.
"Neste momento, estão cerca de 60 fiscais só dedicados aos tuk-tuk. E depois temos na rua, no dia-a-dia, cerca de 250 fiscais", disse Carlos Silva, numa audição na Assembleia Municipal de Lisboa, salientando que o quadro da empresa, que tem uma "grande rotação", tem ao todo entre 280 a 300 fiscais.
O responsável indicou que, como estes 60 representam quase um quarto do total de fiscais da empresa, a EMEL, complementarmente, está a fazer o esforço com recurso "a outros mecanismos, nomeadamente horas extraordinárias".
"Destes cerca de 60 que estão alocados, há 30 que fazem este serviço de mota" para poderem "fazer a fiscalização mais rapidamente nas diferentes zonas", acrescentou.
Segundo Carlos Silva, a EMEL contratou "mais 30 fiscais, que irão também contribuir para este esforço", grupo que está a iniciar uma formação para entrar ao serviço no início de junho.
A Câmara de Lisboa atribuiu à EMEL competências de fiscalização e de aplicar multas por infrações ao Código da Estrada pelos tuk-tuk desde abril deste ano, altura em que entraram em vigor na capital diversas restrições de circulação destes veículos de turismo.
A circulação de tuk-tuk está proibida num total de 337 ruas de sete freguesias, nomeadamente Avenidas Novas, Arroios, Penha de França, São Vicente, Santo António, Misericórdia e Santa Maria Maior.
Carlos Silva destacou ainda que existe "um enorme desrespeito por parte das viaturas de logística e até de particulares na ocupação dos lugares dos tuk-tuk".
"A logística também tem que levar uma volta em Lisboa. Não pode continuar nos termos em que neste momento existe", afirmou.
Quanto às novas competências de fiscalização, Carlos Silva sublinhou ainda que a EMEL "não faz nem mais nem menos do que já fazia" como empresa de fiscalização de trânsito, uma vez que "não manda parar, não manda soprar para um balão, nem vê se tem cinto de segurança", porque isso é trabalho da polícia.
Adiantou ainda que tem havido "um esforço conjunto" entre a EMEL e a polícia municipal, sobretudo em zonas mais complicadas de gerir.
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