Oposição na CML repudia abandono do projeto de renda acessível do Restelo

Os vereadores da oposição na Câmara de Lisboa manifestaram esta noite repúdio pelo abandono do Programa Renda Acessível (PRA) do Alto Restelo, para construção de cerca de 400 casas, mas a liderança PSD/CDS-PP recusou a acusação de desistência do projeto.

Câmara Municipal de Lisboa

© Lucas Neves/NurPhoto via Getty Images

Lusa
27/02/2025 07:01 ‧ 27/02/2025 por Lusa

País

Câmara de Lisboa

Em reunião pública da câmara, os vereadores do PS propuseram um voto de repúdio pelo abandono a que os "Novos Tempos" (coligação PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança) votaram o PRA do Alto Restelo, que previa cerca de 400 casas para renda acessível, e "o permanente arrastar dos pés e marcar passo no desenvolvimento das políticas de municipais de habitação".

 

Esse voto foi aprovado com os votos a favor de todos os vereadores da oposição, nomedamente PS, PCP, BE, Livre e Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre), e os votos contra da liderança PSD/CDS-PP, que governa sem maioria absoluta.

O vereador do PS Pedro Anastácio justificou o voto de repúdio com a situação de "impasse" relativamente ao PRA do Alto Restelo, projeto que considera que ficou colocado na gaveta.

O presidente da câmara, Carlos Moedas (PSD), disse que "não é verdade" o abandono deste projeto e repudiou voto de repúdio do PS.

De acordo com a vereadora do Urbanismo, Joana Almeida (independente eleita pela coligação "Novos Tempos" PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança), a proposta para este loteamento do Restelo será trazida a reunião de câmara em abril, referindo que tal ficou definido no início do ano.

Joana Almeida adiantou ainda que este é um processo que mereceu "alguma concertação interna" entre os serviços municipais e defendeu este projeto "não põe de todo em causa as necessidades de habitação para Lisboa", para o qual a câmara tem desenvolvido um trabalho de grande oferta de habitação durante este mandato.

Em dezembro de 2023, a câmara aprovou os princípios da alteração ao projeto de habitação acessível do Alto do Restelo, em Lisboa, que prevê uma redução da área de implantação dos lotes e edificações e um aumento dos espaços verdes, na sequência de segundo período de discussão pública, entre 17 de maio e 26 de junho de 2022.

De acordo com a proposta da vereadora do Urbanismo, que foi aprovada com a abstenção de todos os vereadores da oposição, a nova solução para o projeto de iniciativa municipal no Alto do Restelo "apresenta uma redução substancial da área de implantação dos lotes e das edificações, e um aumento de espaços verdes e de utilização coletiva a integrar no domínio público, com diminuição de 951 m2 [metros quadrados] da superfície de pavimento (de 40.895 m2 para 39.944 m2), mantendo, contudo, quase inalterado o número de fogos (de 391 fogos para 389)".

"A redução da área de implantação dos edifícios, acima e abaixo do solo, permite igualmente ampliar a área permeável em 2.605 m2", segundo o documento aprovado.

A proposta inicial para o Alto do Restelo, apresentada pelo executivo, então liderado pelo PS e que motivou críticas de moradores e autarcas, previa 15 pisos e contemplava a construção de 629 fogos, dos quais cerca de 30% destinados ao mercado privado e 70% para o PRA, mas esses números foram reduzidos para oito pisos e 460 habitações, todas a preços acessíveis.

Na reunião de hoje, por proposta do BE, a câmara decidiu, por unanimidade, instar o Governo a "melhorar a oferta de transportes públicos e integrar a ligação ferroviária da Terceira Travessia do Tejo com a oferta de transportes públicos da Área Metropolitana de Lisboa".

A moção do BE pretendia também que o Governo implementasse "apenas a solução ferroviária" na Terceira Travessia do Tejo, ou seja, sem a possibilidade de trânsito rodoviário, ciclável ou pedonal, mas proposta foi rejeitada com os votos contra de PSD/CDS-PP, PCP e Livre. Votaram a favor BE, PS e Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre).

Por unanimidade, a câmara aprovou votos de pesar de PSD/CDS-PP e PS pela morte do antigo professor universitário e deputado Manuel Sérgio, e votos de saudação do PCP pelo 142º aniversário da Voz do Operário e do Livre pelos 75 anos do Cinema São Jorge.

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