"É um autêntico escândalo que beneficia fundamentalmente quem explora os parques concessionados e não resolve os problemas de trânsito. Só em três meses (julho, agosto e setembro), o município vai pagar 130 mil euros por estacionamento gratuito em quatro parques, apenas a partir das 18:00, durante a semana, e todo o dia aos fins de semana e feriados. Moradores e visitantes têm de pagar o estacionamento durante o dia normal de trabalho e de comércio", sustentou Ilda Figueiredo, em conferência de imprensa.
A posição surge na sequência da aprovação, na segunda-feira, pela maioria socialista, em reunião privada do executivo, da segunda 'tranche' da campanha de estacionamento gratuito relativa ao terceiro trimestre deste ano. Trata-se de uma medida lançada pela autarquia em 2013 para dinamizar o comércio tradicional.
A Lusa tentou a ouvir o presidente da Câmara Municipal, José Maria Costa, o que não foi possível até ao princípio da tarde.
Para a CDU, que votou contra tal como o PSD, a verba agora aprovada "é inadmissível" e "a mais alta de sempre".
"Já tínhamos sido aprovados 40 mil euros e agora foi aprovado um reforço de 90 mil euros o que perfaz os 130 mil euros. É o valor mais elevado pago até agora. Isto porque mudaram os critérios. No inverno e na primavera o pagamento foi feito com base em um montante fixo. No verão o custo é calculado com base no número efetivo de entradas, o que faz explodir exponencialmente os custos", sublinhou.
Acusou ainda o executivo PS de "gastar mais com os concessionários dos parques de estacionamento do que as freguesias e associações do concelho".
"Os valores agendados para esta reunião para apoios regulares às associações e coletividades rondavam os 120 mil. É algo de inconcebível. São temas que ficam para segundo plano", denunciou.
Adiantou que a CDU tem vindo a propor medidas para a criação de estacionamento alternativo mas sem sucesso.
"As centenas de milhares de euros que a Câmara está a pagar aos concessionários dava para adquirir terrenos e fazer parques alternativos gratuitos para moradores e visitantes", explicou.
Criticou também o adiamento constante da abertura do parque ecológico urbano, inaugurado em 2008 e que funciona em regime de visitas controladas.
Apontou exemplos de "decisões erradas" que se poderão traduzir em "problemas acrescidos".
O caso da anunciada privatização da Empresa Geral de Fomento (EGF), que, segundo Ilda Figueiredo terá "graves" reflexos no serviço prestado às populações pela sociedade Resulima que gere o aterro sanitário do Vale do Lima e Baixo Cávado, instalado em Viana do Castelo e o contrato de concessão de água do município estabelecido com a Empresa Águas do Noroeste que "está a exigir ao município de Viana do Castelo o pagamento de cerca de 4,5 milhões de euros pelo abastecimento ao concelho.