A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) abriu em janeiro um processo de esclarecimento, concluído em maio, à qualidade dos serviços prestados pelo Hospital Beatriz Ângelo depois de ter sido noticiado que uma idosa teria ficado três dias num cadeirão no serviço de urgência.
Segundo elucida, esta terça-feira, a IGAS, nessa sequência determinou-se que "a prestação de cuidados [à utente] foi efetuada, embora com constrangimentos materiais e humanos".
Segundo comunicado enviado às redações, verificou-se que "a primeira observação médica [à doente] foi apenas efetuada no dia seguinte, pelas 9h35m, isto é, 16 horas e 35 minutos após a doente ter sido triada com tempo-alvo de atendimento de sessenta minutos. A segunda observação médica foi realizada no dia 24 de janeiro de 2024, volvidas 26 horas e 46 minutos da primeira observação e 43 horas e 25 minutos após a doente ter sido admitida no serviço de urgência".
Recorde-se que em causa está uma mulher, de 87 anos, que terá passado três dias nas urgências daquela unidade hospitalar, sem vaga para ser internada. A notícia foi avançada na altura pelo Correio da Manhã, que precisou que a mulher terá dado entrada na urgência na tarde de segunda-feira, 22 de janeiro, com sintomas de falta de ar e só foi vista por um médico cerca de 22 horas depois. Depois disso, a idosa ficou sentada num cadeirão, a inalar oxigénio, numa enfermaria daquele serviço, por aparente falta de vaga para internamento.
O incidente aconteceu numa altura em que a unidade hospitalar confirmava "o aumento de procura" neste serviço, mas não adiantou mais detalhes.
Saliente-se que após a abertura do processo de esclarecimento à qualidade dos serviços prestados pelo Hospital Beatriz Ângelo, que foi concluído a 21 de maio, o Inspetor-Geral da IGAS determinou por despacho que fosse instaurado "um processo de inspeção à qualidade dos serviços prestados, designadamente à prontidão da prestação de cuidados de saúde", pode ainda ler-se na mesma nota de imprensa a que o Notícias ao Minuto teve acesso.
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