Português diz ter sido retido em aeroporto no Brasil. Polícia desmente-o

Sérgio Tavares foi apoiar Bolsonaro este domingo na manifestação que teve lugar em São Paulo. Na sequências destas notícias, CCPJ já veio esclarecer que este indivíduo não é jornalista.

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© Reprodução @NoticiasTavares

Marta Amorim
26/02/2024 15:46 ‧ 26/02/2024 por Marta Amorim

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Sérgio Tavares, criador de conteúdos e ex-correspondente da Rádio Renascença em Timor-Leste, desembarcou no Brasil na manhã deste domingo para participar na manifestação de apoio a Jair Bolsonaro, na Avenida Paulista, e diz ter sido "retido" pela Polícia Federal no Aeroporto Internacional de Guarulhos.

O português gravou um vídeo onde afirmou ser o único retido. 

"Estou retido no aeroporto de São Paulo, todos os passageiros tiveram autorização para sair, menos eu. A Polícia Federal tem o meu passaporte retido e dizem-me que o superior me quer fazer questões. Tudo porque vim divulgar a manifestação pela democracia convocada por Bolsonaro", escreveu.

“Espero que os meus direitos sejam cumpridos e que não me façam passar por nada injusto, por nada que eu não mereça”, afirma Sérgio no vídeo, dizendo que viajou para o Brasil para gravar imagens da manifestação. 

As imagens terão sido registadas por volta das 8h20. “Vim apenas tirar imagens do evento do Bolsonaro para mostrar ao mundo que essa manifestação […] é grande”, acrescentou Sérgio.

Foi libertado pelas 11h23 e, mais tarde, partilhou vídeos na manifestação. 

Segundo o jornal Metrópoles, a Polícia Federal negou a informação de que o youtuber tinha sido impedido de entrar no Brasil. 

A polícia refere que foi verificado se o português entrou no país em turismo ou em trabalho. "Tal indivíduo teria publicado nas redes sociais que viria ao país para fazer a cobertura fotográfica de um evento. Todavia, para isso, é necessário um visto de trabalho, o que ele não apresentou", explica o comunicado.

"Além disso, o estrangeiro foi indagado sobre comentários que fez sobre a democracia no Brasil, afirmando que o país vive uma ‘ditadura do Judiciário’, além de outras afirmações na mesma linha, postadas nas redes sociais", pode ler-se.

CCPJ esclarece que Sérgio Tavares não é jornalista

"Perante as notícias veiculadas por órgãos de comunicação social estrangeiros, nomeadamente brasileiros, de que 'o jornalista português Sérgio Tavares foi detido no Brasil'e/ou de 'que o jornalista e ativista português Sérgio Tavares foi impedido de entrar no País por motivos políticos', vem este organismo regulador da atividade jornalística em Portugal esclarecer que Sérgio Tavares não é jornalista", pode ler-se num comunicado da Comissão da Carteira Profissional de Jornalista (CCPJ).

O organismo independente sublinha, ainda, que "nunca emitiu nenhum título de acreditação profissional a Sérgio Tavares".

Apoiante assumido de Bolsonaro, Sérgio Tavares é conhecido pelos seus comentários negacionistas e pelo apoio à extrema-direita. O português refere-se ao seu canal como um "projeto de jornalismo cidadão, sem apoios institucionais nem publicidade, que vive apenas do apoio dos seus espetadores". 

A notícia da sua ida ao Brasil e do episódio com a polícia está a ter bastante repercussão no Brasil, com inúmeros jornais a noticiar o sucedido. 

Leia Também: Golpe de Estado do Brasil? Bolsonaro escolheu silêncio durante inquirição

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